Reginaldo de Orleães foi um
colaborador próximo de São Domingos de Gusmão. Beatificado, em 1875, pelo Papa
Pio IX, o Martirológio Romano fixa a sua memória litúrgica a 1 de
Fevereiro, enquanto as comunidades dominicanas o comemoram no dia 12 do mesmo
mês. Nasceu em Orleães, França, em 1180 e morreu em Paris em Fevereiro de 1220.
Após muitos anos como professor de Direito Canónico na Sorbonne de Paris,
tornou-se Decano da Colegiada de Saint-Agnan, em Orleães. Em 1218, acompanhou o
bispo da sua diocese, Manassès de Seignelay, a Roma, onde se iria encontrar com
o Papa Honório III e, de seguida, fazer uma peregrinação a Jerusalém.
Em Roma, conheceu o Cardeal Ugolino di Anagni, que era muito activo no
patrocínio do trabalho dos Dominicanos e Franciscanos, e que mais tarde se
tornaria Papa com o nome de Gregório IX. Foi o Cardeal Ugolino que o apresentou
a São Domingos e o Beato Reginaldo foi cativado pelo fundador da Ordem dos
Pregadores. Durante a sua estadia, adoeceu gravemente e prometeu a frei
Domingos que, se recuperasse, se juntaria à família dominicana. Foi durante a
sua doença que Maria Santíssima lhe apareceu e lhe mostrou o hábito branco com
o manto negro dominicano, convidando-o a vesti-lo. Milagrosamente curado, pronunciou
os votos religiosos nas mãos de São Domingos, que lhe pediu que o seguisse até
Bolonha. Na primeira universidade do mundo, muitos estudantes e professores
ficaram entusiasticamente impressionados com o grande dom de habilidade na
pregação de frei Reginaldo, incluindo os mestres Moneta e Rolando de Cremona.
Uma jovem nobre bolonhesa, Diana degli Andalò, tornou-se penitente de frei Reginaldo
e, por gratidão, fez o seu melhor para doar aos Dominicanos a Igreja de San
Niccolò delle Vigne, com o seu extenso terreno, o mesmo lugar onde agora se
encontra a majestosa Basílica de São Domingos, onde são conservados os seus
restos mortais, precisamente atrás do altar de São Nicolau. No local, foi anexado
um convento à igreja e Diana pronunciou os votos dominicanos, mais tarde
tornando-se abadessa, com a bênção dos Padres Domingos e Reginaldo.
Tornou-se, então, Prior dos Dominicanos em Bolonha, onde permaneceu durante
quase um ano antes de ser transferido, por ordem de São Domingos, para Paris,
onde se tornou Prior do convento dominicano de Saint-Jacques. Doutrinalmente e
teologicamente preparado e com a sua oratória perfeita, suscitou o vivo
interesse mesmo em muitos professores da Sorbonne e em vários estudantes, entre
os quais dois alemães, Henrique e Jordão, dos Condes de Oberstein, o último dos
quais viria a ser o sucessor de São Domingos na liderança da Ordem. O segundo Prior
dos Dominicanos, Padre Giordano da Saxónia, disse dele: «A sua eloquência
era ardente e as suas palavras, como uma tocha ardente, inflamavam as almas dos
seus ouvintes, poucos tinham corações tão endurecidos a ponto de resistir ao
calor daquele fogo. Parecia um segundo Elias».
A sua vida de estudo, de intensa oração, de contínua pregação, de rigorosa pobreza
e penitência concluiu-se quando tinha apenas quarenta anos de idade e, uma vez
que os filhos de São Domingos ainda não tinham um lugar de sepultamento na
capital francesa, foi enterrado no cemitério beneditino de
Notre-Dame-des-Champs.
Na sua opinião, sacrifícios e renúncias eram um prazer. De facto, disse: «Não
se pode seguir Jesus sem cruz! Creio que não adquiri nenhum mérito
particular ao entrar na Ordem, porque sempre fui muito feliz lá».
Cristina Siccardi
Através de Radio Roma Libera
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