A iniciativa “The Viganò Tapes”
consiste em dezoito pequenos vídeos que se traduzem em outras tantas perguntas
dirigidas ao Arcebispo Carlo Maria Viganò, antigo Núncio Apostólico em
Washington, sobre a situação actual da Igreja e do mundo. O portal Dies Iræ
disponibiliza, em língua portuguesa, o texto da décima sexta pergunta-resposta.
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16. Como é que os princípios
revolucionários inspirados pela Maçonaria levaram à criação do Estado moderno?
Qual é o próximo passo do seu objectivo, um estado mundial ou um governo
mundial?
O Estado moderno nasce da conspiração política, social e religiosa das seitas
maçónicas, que quiseram apagar a Realeza de Nosso Senhor, primeiro da sociedade
civil, com a Revolução Francesa, e, depois, da Igreja, com o Vaticano II. O
próprio conceito de democracia e soberania popular, além de ser um engano para
o povo, nasceu numa chave anticatólica e anticristã, em clara antítese ao poder
dos Soberanos como expressão vicária do poder de Deus sobre a coisa
pública.
Na ordem cristã, o Soberano é lugar-tenente de Cristo nas coisas temporais e a sua
autoridade move-se dentro dos limites da lei natural, da lei divina e do
direito positivo que deve expressar. O conceito de bonum commune está indissoluvelmente
ligado à lei natural e à Verdade revelada, e, como tal, é válido sempre e em
qualquer lugar; enquanto no estado moderno o bem é decidido pela massa, com
base numa maioria numérica pelo menos aparente ou, como acontece hoje, no
paradoxo de uma minoria mais organizada que se impõe ideologicamente, graças à
cumplicidade dos media e dos potentados económicos.
O plano infernal de eliminação da Cristandade não poderia prescindir da
destruição das Monarquias católicas, como aconteceu nos últimos dois séculos e
meio. E, na ausência de princípios imutáveis que regulem a vida dos cidadãos segundo
a Moral católica, a Maçonaria pôde corromper gerações inteiras, doutriná-las a
um falso conceito de liberdade, em nome do qual tornar o homem rebelde à ordem
desejada por Deus – a hierarquia é ordem sagrada – e indócil à Redenção
realizada por Nosso Senhor. Mesmo a liberdade de religião, juntamente com a exicial
liberdade de imprensa e de opinião, serviu para insinuar a ideia de que o homem
é moralmente livre para abraçar qualquer credo, qualquer ideologia, sem que
isso tenha alguma consequência no destino eterno da sua alma imortal e sobre o
de toda a sociedade.
Obviamente, estes são conceitos que, depois de séculos de lavagem cerebral, são
difíceis de compreender para a mentalidade dos nossos contemporâneos,
especialmente depois que o Vaticano II os fez próprios, negando as condenações
que mereceram da parte da Igreja.
Nesse sentido, podemos acreditar que a Nova Ordem Mundial se organizará numa
sinarquia, num único governo, no qual o poder é, inicialmente, delegado a um
pequeno círculo, para, então, se transformar numa tirania à frente da qual
estará o Anticristo. Não esqueçamos que Satanás sabe muito bem o quão eficaz é
a forma monárquica no exercício do governo: o que não aceita é que Jesus Cristo
governe por meio de um seu representante, porque quer usurpar também neste o
lugar do Filho de Deus.
O vídeo do décimo sexto episódio foi censurado pelo YouTube e encontra-se
disponível aqui.
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