A conferência de imprensa do Santo
Padre no regresso da sua viagem à Hungria e à Eslováquia suscitou, como em
precedentes ocasiões semelhantes, profunda perplexidade e constrangimento em
muitos fiéis. Aqui, queremos destacar apenas dois aspectos desta conferência de
imprensa. O primeiro diz respeito ao conteúdo das afirmações do Papa sobre as
uniões civis, o segundo diz respeito à forma das intervenções do Pontífice.
Como é sabido, o Papa Francisco negou a liceidade moral dos “matrimónios”
homossexuais, mas mostrou-se favorável a qualquer outro reconhecimento jurídico
das relações homossexuais (e não é a primeira vez que isso acontece: o seu
favor data, pelo menos, de quando era Arcebispo de Buenos Aires). A opinião do
Papa entra em rota de colisão com as indicações expressas pela Congregação para
a Doutrina da Fé (CDF) e contidas no documento, de 2003, Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais,
documento que recebeu a aprovação explícita de João Paulo II.
Nele encontramos escrito muito claramente: «Na presença do reconhecimento
legal das uniões homossexuais [...] é um dever opor-se-lhe de modo claro e
incisivo. Há que abster-se de qualquer forma de cooperação formal na
promulgação ou aplicação de leis tão gravemente injustas e, na medida do
possível, abster-se também da cooperação material no plano da aplicação» (5).
Mais adiante, o documento conclui assim: «A Igreja ensina que o respeito
para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do
comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais.
[...] Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equipará-las ao
matrimónio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a
consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade actual, mas também
ofuscar valores fundamentais que fazem parte do património comum da humanidade»
(11). A recusa expressa pela CDF baseia-se, em última instância, neste simples percurso
lógico: se a homossexualidade é uma condição intrinsecamente desordenada, também
as relações homossexuais o são e, portanto, não se pode legitimar o que é
desordem para o homem e para a colectividade.
Passemos ao segundo aspecto que queríamos destacar e que se refere à forma das
intervenções do Papa Francisco, tanto escritas como orais, como a que aconteceu
no regresso da sua última viagem apostólica. Agora está bem comprovado que a
ancestralidade cultural do Santo Padre tem as suas raízes no imanentismo, no historicismo,
na fenomenologia ética, uma abordagem que acantona na moral a metafísica e na
fé o aflato transcendente. Em suma, uma visão do homem, do mundo e de Deus mais
horizontal do que vertical. Portanto, se o paradigma de referência é o factual
empírico, este, pela sua natureza, muda: tanto a verdade prática, que é a moral,
quanto a verdade especulativa, que se refere ao ser, torna-se variável, passageira
e, sobretudo, líquida, multiforme, de limites indeterminados, desvanecidos. O
fluxo dos acontecimentos, por conseguinte, liquefaz a realidade, incluindo a
própria identidade da Igreja Católica, e, por isso, para representar este fluxo
é preferível usar um magistério narrativo, mais do que definidor (a História
contada depois ensina): o primeiro é analítico, perde-se no particular e é
necessariamente prolixo e verboso porque deve descrever tudo e não tem uma
visão de conjunto da existência humana, pelo que, muitas vezes, flutua amiúde na dúvida; a segunda é sintética porque não descreve, mas prescreve após
ter identificado a definição, porque identificou a identidade, ou seja, a
verdade sobre as coisas, sobre os homens e sobre Deus. Daí a alergia às
definições (veja-se a idiossincrasia de muitos católicos
progressistas pelo Catecismo Maior) porque
querem aproveitar a multiforme vida, formalizar o informal. Definir, de facto,
significa determinar o perímetro, limitar, porque o fines é o confim,
termo que se refere àqueles muros tão malvistos por muitos. Melhor escolher um
andamento e um ritmo fluvial, nunca recto, mas sempre rico em curvas e
sinuosidades.
Esta linguagem embotada, oblíqua também é muito útil para perseguir alguns
propósitos reformadores (rectius: demolidores) da doutrina. Para não
suscitar muitos escândalos e muitas reacções negativas é melhor falar com a
nora para que a sogra intenda, ou seja, é melhor optar pelo implícito do que pelo
explícito, melhor atenuar do que especificar, esboçar que definir, generalizar
que especificar, narrar ao invés de ensinar, sugerir que formar, evocar que
especificar, sugerir e aludir do que apontar e determinar. Aqui está o recurso
frequente e desenvolto às metáforas (por exemplo, a Igreja hospital de
campanha) e às anedotas pessoais. De tal modo, se chamados ao banco dos réus, haverá
sempre uma maneira para se defender, afirmando que uma tal heresia nunca foi
expressa de forma explícita ou clara.
Tommaso Scandroglio
Através de Corrispondenza Romana
1 Comentários
"A opinião do papa (bergolio) entra em rota de colisão com as indicações expressas pela Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) e contidas no documento, de 2003, Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, documento que recebeu a aprovação explícita de João Paulo II."
ResponderEliminar"Nele encontramos escrito muito claramente: «Na presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais [...] é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo. Há que abster-se de qualquer forma de cooperação formal na promulgação ou aplicação de leis tão gravemente injustas e, na medida do possível, abster-se também da cooperação material no plano da aplicação» (5).
Mais adiante, o documento conclui assim: «A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. [...] Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equipará-las ao matrimónio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade actual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do património comum da humanidade» (11)"
que pastor é este que continua, com estes discursos contrários, aquilo que ensina a Santa Igreja, que mais é preciso saber, para perceber que este bergolio é apostata, herege, idolatra, mação, satanista, hipócrita.
Que mais é preciso saber, fazer para perceber que bergolio está a defender uma doutrina contrária, à ensinada pela Santa Igreja, e que devia de ser destituído, liminarmente.
Ao não fazerem nada, estão a colaborar com o mal, a proteger o mal, a defender o mal.
Isto é um pecado, público, claro e objectivo, que mais é preciso fazer e ou dizer para que seja destituído?.
Para o colocarem neste lugar, não tiveram o despudor de através de manobras, cruéis fazerem com que Bento XVI, pedisse para se afastar, de facto ele vivia num ninho de víboras.
No inferno se não fizerem o que a serpente lucifer mandar, os seus capangas são punidos, é um autêntico lugar no inferno.
«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.