Já não será estritamente obrigatória
a vacinação anti-COVID completa, mas o “green pass” sim. Para participar nos
eventos públicos (em Prešov, Košice e Šaštín) da iminente viagem apostólica de
Francisco à Eslováquia (12-15 de Setembro de 2021), também se poderá contar com
o resultado negativo de um teste ou com o certificado de recuperação de COVID,
bem como com a vacina.
Isto foi oficialmente declarado pela Conferência Episcopal Eslovaca, que, num
comunicado de sábado, 4 de Setembro, deu as primeiras instruções necessárias
para gerir a mudança do programa e as eventuais novas adesões. O motivo da parcial
reversão é logo dito: arriscava-se um verdadeiro fracasso em termos de
participação dos fiéis, dado o baixo número de inscrições, muito aquém do
esperado a poucos dias viagem do Papa. Para a Hungria, onde Bergoglio irá na
manhã do dia 12, com o culminar da Missa, às 11h30, na Praça dos Heróis, em
Budapeste, não será necessário nenhum “green pass”.
E aqui é bom dar um passo atrás para reconstituir como veio, em Julho, para a
Eslováquia, a decisão de solicitar o certificado de vacinação para os eventos acima.
«A iniciativa, no início, foi tomada pelo Governo que, essencialmente, havia
dito à Igreja eslovaca que a vacinação completa era a única forma de reunir uma
grande multidão de pessoas, caso contrário teríamos de pensar em números
pequenos», explica, à Nuova Bussola, uma fonte eslovaca que pediu
para permanecer anónima. «Infelizmente, o Governo foi apoiado pelo Arcebispo
de Bratislava [Stanislav Zvolenský, n.d.r.], que fez valer o seu papel como Presidente
da Conferência Episcopal Eslovaca. Nem todos os bispos concordavam»,
acrescenta a fonte, que recorda que nenhuma declaração oficial sobre o assunto
chegou do Vaticano, mas endossou-se tacitamente a decisão e continuou-se a
organizar eventos públicos de acordo com ela.
A vacinação completa, antes da mudança de programa, era exigida tanto aos
leigos quanto aos sacerdotes e gerara protestos entre os fiéis. A Eslováquia
tem 5,4 milhões de habitantes e, até à data, cerca de 42% da população está
totalmente vacinada, um valor abaixo da média da União Europeia. No Governo,
houve uma tentativa de explorar a viagem papal para aumentar o número de
pessoas vacinadas e «houve, evidentemente, a colaboração de uma parte da
Igreja eslovaca em forçar as pessoas a serem vacinadas. Depois, descobriram que
as doses diárias não aumentavam e os fiéis não se inscreviam em massa como se
esperava», acrescenta o nosso informador. Qual é a consistência dos
números? «Eles pensavam que, para a Missa principal, a do Santuário Nacional
de Šaštín, no dia 15 de Setembro, festa da padroeira do país [Nossa Senhora das
Dores, n.d.r.], compareceriam cerca de 350.000 pessoas. Até agora, contam-se,
mais ou menos, 30.000 registados. Considere-se que, para as visitas de João
Paulo II à Eslováquia, os números iam de 100.000 a 600.000 pessoas por Missa.
Em 1995, também visitou Šaštín».
Enquanto emergia a escassez dos números, desencadeou-se um amontoado de
declarações no país, entre clero, classe política e simples cidadãos, «e
alguns partidos pensaram que esta era uma boa oportunidade para explorar
politicamente para obter consenso. Entre outras coisas – acrescenta a fonte –,
argumentou-se que uma visita do Papa com poucas pessoas seria uma vergonha
internacional». Houve, portanto, um sacudir a água do capote entre o Governo
e os Bispos quanto a quem tinha a responsabilidade original pelo “diktat” sobre
a vacina e quem tinha que decidir; e, no final, a Conferência Episcopal
inverteu parcialmente, como vimos, com o registo para os não-vacinados, que
começou na segunda-feira, 6 de Setembro.
Outra peculiaridade: os vacinados poderão – «de acordo com a regulamentação
em vigor», diz o comunicado do sábado passado – escolher se vão para os sectores
para vacinados ou mesmo para os não-vacinados, enquanto não se espera o inverso.
Uma “lógica” de símile-apartheid difícil de entender, dada a característica das
actuais vacinas anti-COVID, que não impedem a infecção e o contágio e, líquidas
da sua eficácia contra a doença induzida pelo vírus, correm o risco de dar uma
sensação de segurança absoluta, mas falsa, em relação ao próprio vírus. O bom
senso exigiria, em vez disso, tomar as normais preocupações, sem perseguir um
risco zero que nunca existe na Terra.
Mas voltemos aos números, que, segundo a fonte eslovaca ouvida pela Bussola,
também se explicam por um descontentamento crescente: «Até há uns dois anos,
na Eslováquia, não teria sido possível fazer uma crítica dura ao Papa. Mas
algumas das suas declarações, como aquela sobre a homossexualidade no
documentário sobre ele [com o aval a uma lei de união civil, n.d.r.] ou o
impulso sobre a imigração, deixaram a sua marca; e, especialmente, as suas
recentes palavras sobre vacinação não agradaram a uma boa parte do povo
eslovaco. Este é um ponto, depois há a questão de que as pessoas têm medo. Mas
vejo, antes de tudo, que, entre os sacerdotes nas paróquias, muitos não têm
interesse em organizar autocarros com os fiéis».
De acordo com o último levantamento decenal (2011), além disso, os eslovacos
que se declaram católicos são quase 66%, «mas existe o receio de que, quando
forem divulgados os próximos dados, esse percentual se torne muito menor também
porque na Eslováquia tivemos um longo período de encerramento das igrejas e
muitos estão indignados com os bispos, que nada fizeram para que as reabrissem».
O caso eslovaco, que reflecte uma situação infelizmente dramática para toda a
Igreja, poderia ser considerado um sinal dos tempos. O retrocesso na vacina,
claramente, não é suficiente, pois ainda há uma escandalosa obrigação (no
sentido que o termo tem para a fé) do “green pass” para participar em
celebrações eucarísticas – a Divina Liturgia de São João Crisóstomo, em Prešov,
e, precisamente, a Missa, em Šaštín – que, pela sua natureza, requerem a fé
católica e o Baptismo, e não, certamente, pré-requisitos sanitários opináveis. Os
quais, é evidente, afastam os fiéis, que se esperaria, pelo contrário, que
fossem fortalecidos e guiados por todos os seus Pastores (pelo que devemos
rezar, como pede Nossa Senhora) para invocar a ajuda do grande esquecido, o
Senhor Jesus.
Ermes Dovico
Através de La Nuova Bussola Quotidiana
1 Comentários
"A vacina para as Missas afasta os fiéis. Eslováquia docet"
ResponderEliminar"até há uns dois anos, na Eslováquia, não teria sido possível fazer uma crítica dura ao Papa.
Mas algumas das suas declarações, como aquela sobre a homossexualidade no documentário sobre ele [com o aval a uma lei de união civil, n.d.r.] ou o impulso sobre a imigração, deixaram a sua marca; e, especialmente, as suas recentes palavras sobre vacinação não agradaram a uma boa parte do povo eslovaco".
Não havia de aparecer uma única pessoa, para assistir a uma única missa deste bergolio. por toda a grande gravidade do mal que tem trazido para a Santa Igreja, para os Cristãos, em particular e para o mundo, precisam de todos os exorcistas que lá tenham, para exorcizar o mal que este tipo leva com ele.
só leva com ele uma imensidade de demónios que o seguem, devemos estar atentos depois aos eventos malignos que vão acontecer de seguida na Eslováquia. quando veio a Portugal, e como estava cheio de pressa, mas deixou os demónios que pegaram fogo e nunca em Portugal houve incêndios com essas dimensões e com a mortandade que aconteceu.
Não entendo o que vai lá fazer, o certo é que não deve ser nada de bom.
deve ser mais uma agenda promovida por ele, este hipócrita.
A sério, é demais o que se passa, isto é doentio.
Paz e bem.
«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.