«A autoridade que, hoje, nos governa, por outro lado, apagou milénios de civilização greco-romana e cristã», evidencia Viganò

A iniciativa “The Viganò Tapes” consiste em dezoito pequenos vídeos que se traduzem em outras tantas perguntas dirigidas ao Arcebispo Carlo Maria Viganò, antigo Núncio Apostólico em Washington, sobre a situação actual da Igreja e do mundo. O portal Dies Iræ disponibiliza, em língua portuguesa, o texto da sétima pergunta-resposta.  


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7. Mas não deveríamos, ainda assim, defender e respeitar a autoridade, segundo a admoestação de São Paulo (Rm 13)?          

São Paulo era um cidadão romano e, como tal, tinha diante de si o exemplo de um poder regulado por leis que, posteriormente, constituíram a base do direito dos Estados ocidentais e que também foram adoptadas pela Igreja. A autoridade que, hoje, nos governa, por outro lado, apagou milénios de civilização greco-romana e cristã, trazendo-nos de volta à barbárie dos Assírios, à ausência de leis e de princípios absolutos aos quais até mesmo a própria autoridade foi obrigada a conformar-se. Quem detém o poder apresenta-se como representante do povo, mas, de facto, actua contra o povo, sem qualquer constrangimento, sem limites nem de cima – visto que anulou a origem divina do poder dos governantes – nem de baixo, pois não permite que os cidadãos elegam os próprios representantes, a menos que tenham a certeza de que podem manipular o voto em seu próprio benefício.        

Gostaria de sublinhar esta barbarização do direito, que a meu ver é a causa da crise da autoridade, da sua perversão e da sua arrogância descarada. Estes tiranos, barricados nos seus palácios protegidos por guardas armados, comportam-se como Senaquerib, divinizando em si mesmos a autoridade, num delírio de omnipotência que lhes é garantido pela disponibilidade de recursos financeiros, políticos e mediáticos.         

E o que nos deixa desconcertados é que as massas se deixam tiranizar, justamente numa época que fez da Revolução um dos temas centrais da modernidade, a ponto de introduzir os seus princípios no sagrado recinto com o Vaticano II. A um olhar genuinamente católico, porém, o caos manifesta-se tanto na rebelião contra a autoridade boa quanto na obediência servil à autoridade má, numa subversão que, hoje, temos diante dos nossos olhos e que nos deixa incrédulos na sua anacrónica arrogância.

O vídeo do sétimo episódio encontra-se disponível aqui.

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1 Comentários

  1. Apenas para o meu elogio ao Dies Irae que, com boas traduções e persistência, nos tem dado o Arc. Vigano o grande profeta da nossa Igreja nestes tempos de desorientação diabólica. Tão importante que isso é. Bem hajam Dies Irae!!!

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