Se há uma questão capaz de unir a
esquerda, é o apoio ao regime comunista de Cuba. A esquerda é capaz de ver a
miséria mais terrível da ilha e transformá-la magicamente num paraíso para os
trabalhadores.
A mágica transformação continua mesmo quando explodem tumultos em Cuba. A
esquerda, seja onde for, redobra o seu apoio enquanto o regime reprime os
manifestantes. Cuba é a vaca sagrada da esquerda que deve ser protegida a todo o
custo.
Uma defensora de Cuba é a actual alta sacerdotisa da esquerda, Nikole
Hannah-Jones, a “jornalista” que elaborou o infame 1619 Project [1],
do New York Times, com o qual colabora como escritora e pelo qual ganhou
um Prémio Pulitzer.
No período em que debutou o 1619 Project, a senhora Hannah-Jones deu uma
entrevista ao seu colega de esquerda Ezra Klein, que hospeda um podcast
chamado Conversations. De acordo com o The National Pulse, que trouxe
à luz o registo de há dois anos, o assunto foi a política de “dessegregação”
escolar.
Louvores a Cuba
O senhor Klein pediu-lhe que nomeasse os países menos segregacionistas. Antes
de mais, riu-se desconfortavelmente ao negar qualquer conhecimento especial das
relações raciais no cenário internacional, mas, posteriormente, fez uma
declaração digna de nota.
«Cuba tem a mais baixa desigualdade entre brancos e negros no hemisfério.
Quero dizer, no Caribe; a maior parte do Caribe. É difícil contar porque a
população branca em muitos daqueles países é muito, muito pequena, há países
governados por negros. Mas em lugares que são realmente países, digamos, pelo
menos birraciais, Cuba tem realmente a menor desigualdade, e isso deve-se, em
grande parte, ao socialismo, algo que tenho a certeza que ninguém quererá ouvir».
Enquanto a última deixa foi de má-fé, já que os esquerdistas ficam sempre felizes
em ouvir elogios a Cuba, o resto foi totalmente correcto. A maioria dos cubanos
é economicamente igual, independentemente do tom da pele.
“Igualdade” social e económica
A igualdade racial é generalizada em muitas famílias cubanas. Durante cinco
séculos, as crianças mestiças foram uma ocorrência comum na maior parte do
Caribe. Estas misturas tornaram-se tão comuns que não é raro ver uma grande
variedade de tons da pele nas fotografias das famílias cubanas. Os cubanos há
muito tempo que vivem em harmonia racial, em grande parte graças às antigas
verdades pregadas pela Santa Igreja Católica, que unificam a humanidade. A sua
mensagem de amor e de solicitude por todos, inspirada na caridade cristã, é a
única que traz paz. As premissas marxistas do Partido Comunista Cubano só podem
levar ao ódio e à divisão.
Ao mesmo tempo, a revolução comunista de Fidel Castro impôs um regime de brutal
igualdade económica. Feita excepção para a pequena camarilha governante, todos
em Cuba são igualmente pobres. Alimentos, abrigo, roupas, medicamentos e a
maior parte dos outros bens são escassos para a grande maioria da população.
Mesmo os produtos típicos da ilha, açúcar e tabaco, são difíceis de comprar
para o cubano médio. Em vez disso, são vendidos no mercado internacional ou a
turistas ricos que podem pagar com moedas fortes, de que Cuba precisa
desesperadamente.
Na verdade, nenhuma economia socialista prosperou, e isso deve ser evidente
para a senhora Hannah-Jones. No entanto, apesar do clamor mediático sobre a sua
declaração de apoio a Cuba, a célebre anti-racista deve ainda retirar o seu
apoio passado porque, apesar da brutal violência contra os manifestantes negros
na ilha, não pede uma acção para protegê-los.
A deterioração da economia cubana é dramática, de modo que mesmo um observador
relutante, como a senhora Hannah-Jones, não deveria confundir a verdadeira
situação das coisas. Muitas fotografias mostram edifícios dilapidados que
revelam uma grandeza agora desbotada. Estes são os restos de uma terra outrora
próspera, agora mergulhada em tempos duríssimos.
O Hotel Astor
Consideremos o Hotel Astor de Havana. Um cartão-postal da época mostra um edifício
de nove andares que domina o quarteirão, com uma fachada decorada com janelas
em arco, evocando os hotéis de primeira classe de muitas cidades americanas dos
anos vinte.
Depois da Revolução castrista, o governo confiscou-o “em nome do povo”, como
qualquer outro edifício de propriedade privada. Os seus mais de duzentos
quartos luxuosos foram convertidos em apartamentos e atribuídos a residentes de
Havana. Hoje, o Astor não tem nada de luxuoso. Uma residente, Yanelis Flores, vive
agora no oitavo andar. Em 2018, descreveu as condições do edifício ao USA
Today. «É pior do que uma pocilga. Está a apodrecer».
A senhora Flores não está a exagerar. Em 2017, uma das escadas do terceiro andar
desabou. «Houve uma explosão tremenda, bum!», lembrou Yuslemy Díaz,
residente no segundo andar. «As pessoas no terceiro e quarto andares ficaram
bloqueadas porque não conseguiam descer. Um manicómio». Todavia, o senhor
Díaz ainda lá vivia um ano depois porque não conseguia encontrar um lugar
melhor para viver. Ele, por sua vez, disse: «No momento em que começa a
chover e uma pedrinha cai por perto, pensamos que o edifício pode desabar. Vivemos
com medo. Um edifício não lhe diz: “Vou cair, amanhã, às 15”. Cai, bum!, a
qualquer hora do dia ou da noite. Não avisa».
Um factor para o colapso da escada foi o roubo, das paredes subjacentes, dos
seus preciosos ladrilhos de mármore, símbolo da antiga opulência do edifício.
Um testemunho pessoal
Quem escreve não tem problemas em acreditar na história do senhor Díaz. Quando
os pais da minha esposa chegaram de Cuba, em 1961, tiveram que deixar a avó
paterna para trás. Finalmente, quando a “abuela Caridad” chegou a Miami, só em
1992, a idosa senhora tinha feridas na perna esquerda. Alguns meses antes,
havia sido atropelada por um ciclista. O alardeado sistema médico de Cuba
recusou-se a tratá-la porque ela não podia contribuir utilmente para a
sociedade. Se pudesse cuidar do ferimento sozinha, óptimo. Se sucumbisse,
haveria uma boca a menos para alimentar.
Depois de vir para Miami, a aplicação de um creme antibiótico, adquirido na
farmácia, curou as feridas em algumas semanas, mesmo que tenham ficado
cicatrizes antiestéticas. Sim, existe igualdade económica em Cuba. A miséria é distribuída
gratuitamente. É hora de livrar a nação insular do comunismo de uma vez por
todas. Deveria ser óbvio, mesmo para a senhora Hannah-Jones.
Edwin Benson
Através de Tradition, Family and Property
[1] «O 1619 Project é uma
iniciativa em curso, do New York Times Magazine, inaugurada em Agosto de
2019, no 400.º aniversário do início da escravidão americana, que visa
reformular a história do país, colocando as consequências da escravidão e os
contributos dos negros americanos no centro da nossa narrativa nacional» (Cf.
https://www.nytimes.com/interactive/2019/08/14/magazine/sugar-slave-trade-slavery.html).
1 Comentários
"Por que a autora do Projecto 1619 elogia a miserável igualdade de Cuba?"
ResponderEliminarEsta "pessoa", ao elogiar desta forma a vida de cuba, dos irmãos fidel castro, responsáveis por crime hediondo, de cuba, havia de ser condenada a viver em cuba, sem possibilidade de fuga, nas mesmas condições que os mais pobres lá habitam.
o resto já todos adivinham, só paleio, porque tem a barriga cheia.
Paz e bem
«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.