Continuemos com o relato da aparição
da Virgem em Pontmain, ocorrida a 17 de Janeiro de 1871. Eugénio descreve a
aparição. Augustine Botin, uma menina de dois anos nos braços da mãe, ainda não
sabe falar bem a ponto de fazer o mesmo, mas repete, encantada: «Il Zézus, il
Zézus!», aludindo ao crucifixo vermelho que os videntes dizem ter aparecido
nas mãos da Senhora. Já estão cinquenta pessoas na praça da aldeia, quase toda
a população. A maioria está convencida da realidade dos factos. Então, as religiosas
vão procurar o pároco. O velho abade Guérin, espantado, exclama: «A Santa
Virgem, aqui, em Pontmain? Vós assustais-me!». A empregada empurra-o para
fora, peremptória: «Nada a fazer, senhor padre! Tem que ir ver!».
Quando chega ao local, a Senhora, agora com uma oval em torno, sobre a qual
estão quatro velas, que uma estrela acenderá uma a uma, «entristeceu-se»
com a irritação do sacerdote. A Irmã Maria Eduarda diz ao abade Guérin: «Senhor
padre, e se o senhor perguntasse à Santa Virgem o que quer?». «Mas,
irmã, o que lhe poderei dizer? Não a vejo…», suspira o velho sacerdote,
cuja vida sacerdotal se edificara inteiramente em torno da devoção mariana. «Rezemos…».
A multidão ajoelha-se, na neve, canta o Magnificat e, depois, recita o Rosário.
Enquanto as dezenas se separam, a Senhora fica maior e a sua veste, de azul, torna-se
dourada. Sob os seus pés aparece um estandarte, sobre o qual, letra após letra,
se escreve este mote: «MAS REZAI, MEUS FILHOS, DEUS RESPONDER-VOS-Á MUITO EM
BREVE. O MEU FILHO DEIXA-SE TOCAR». É a Santa Virgem. Conseguiu desarmar o
braço do Seu Filho, que em La Salette dizia estar «tão duro que já não
conseguia segurá-lo...». A multidão entoa um cântico popular, «Mãe da
Esperança, cujo nome é tão doce, salvai, salvai a França! Tende piedade de nós!»,
e a Senhora, radiante, sorri. E a vigília continua, ao frio e na neve, entoando
orações e cantos.
Às nove menos um quarto, um véu surge aos pés da Virgem e cobre-a lentamente
até a fazer desaparecer da vista dos pequenos. À mesma hora, o armistício é
assinado. A invasão prussiana poupará o Ocidente. A 2 de Fevereiro de 1872, o
Bispo de Laval, Mons. Wicart, reconhecerá a aparição. Um tempo contestados, no
clima agressivo pós-conciliar, inclusive um Bispo da Diocese, que se recusou a
acreditar que a Santíssima Virgem «pudesse ter mostrado uma preferência pela
França em detrimento da Alemanha», depois acusados, crime supremo, «de
nacionalismo», os factos de Pontmain encontram, hoje, o seu pleno sentido:
recordar a misericórdia materna de Nossa Senhora e o poder da sua intervenção,
a força também da oração de invocação, sem a qual as graças não seriam
concedidas.
A abertura, em Junho de 2013, da causa de beatificação do abade Guérin,
considerado, desde o início, como o instrumento da Providência por quanto soube
fazer amar a Santíssima Virgem «ao seu pequeno rebanho», deveria ser
ocasião para que numerosos peregrinos vão a Pontmain, visitem o celeiro dos Barbedette,
a casa Guidecoq, a igreja paroquial tal como era em Janeiro de 1871, e convirjam
na basílica, iluminada pelo esplendor dos seus vitrais.
Anne Bernet
Através de Radio Roma Libera
1 Comentários
Salvé Maria, SS. Virgem
ResponderEliminarRogai por nós, pecadores....
Não nos abandoneis, nas mãos do comunismo, satanismo, maçonaria, ateísmo, islamismo.....
Paz e bem
«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
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