Sou Eduard Habsburg, Embaixador da
Hungria junto da Santa Sé. Mas, acima de tudo, sou um homem, pai de família com
uma belíssima esposa e seis lindos filhos (alguns deles estão aqui hoje). Antes
do cargo diplomático, trabalhei, durante cinco anos, em questões relativas à
família para o bispo da Conferência Episcopal Austríaca. Podeis acreditar que
os temas de família e da vida, aborto, eutanásia, são-me muito caros. Parabéns
a todos que, apesar dos tempos difíceis em que vivemos, viestes dar testemunho
pela vida. Porque o compromisso com a vida e com a família faz a diferença em
todas as sociedades do mundo.
Quero contar-vos uma pequena história. Estou em Roma há cinco anos. Já conheço muitos
caminhos porque gosto imenso de andar a pé e de carro. Bem, há dois anos,
depois de três anos em Roma, paro num sinal vermelho e vejo uma senhora, que
estava visivelmente grávida, a atravessar a rua. Ai, pensava eu, que lindo! Uma
mulher grávida! Depois, pensei um pouco mais e apercebi-me que, nesses três
anos, era a primeira vez que via uma mulher grávida na rua. E pensei: esta é a
Itália! A Itália deveria ser o país das crianças! E era até há poucos anos
atrás – de facto, vendo o filme La Strada, de Fellini, podemos ter uma
última visão de aldeias cheias de crianças. Mas, posteriormente, aconteceu algo
que, de forma semelhante, também aconteceu em muitos países europeus. E, hoje,
as aldeias, as ruas estão vazias e vêem-se poucas mulheres grávidas. Mas não deve
ser assim! Trago-vos uma bela mensagem da Hungria. A mensagem central é esta: é
possível encorajar as famílias a dizerem sim à vida! O governo húngaro trabalha,
desde há nove anos, com uma política familiar activa para esse fim e temos
alcançado resultados belíssimos. Aconteceram: um aumento dos matrimónios de 40%,
uma queda nos divórcios de 25%, uma diminuição dos abortos de 30%.
Só em 2019 tivemos um crescimento de 9,4% nos nascimentos e um crescimento de
100% nos matrimónios.
O que é necessário para tal mudança? A vontade do governo de trabalhar pela
família. Para ajudar as famílias e transmitir a mensagem de que muitas crianças
são um presente para a sociedade, é preciso dar dinheiro para a mão, ajudar
economicamente as famílias: com empréstimos a fundo perdido, com redução ou
abolição de impostos, com auxílios financeiros para o lar ou para um novo family
van.
Mas as medidas não param por aqui. Urge uma mudança de atitude. Precisamos da
visibilidade da família no cenário público. Políticos, celebridades, actores
com famílias e filhos que também se apresentam ao vivo.
E, para concluir, é sempre uma grande ajuda se os principais membros do governo
não são apenas Cristãos, mas se falam e agem como Cristãos. Porque a fé cristã
e a família caminham juntas! Coragem para as vossas famílias! Obrigado pelo vosso
testemunho pela vida! Rezemos por uma Itália novamente cheia de crianças!
Através de Corrispondenza Romana
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