O portal Dies Iræ, a pedido de Mons. Carlo Maria Viganò, traduziu e
disponibiliza, em exclusivo para língua portuguesa, uma reflexão que, segundo
o próprio, reflecte amplamente a comunicação que Sua Excelência dirigirá aos
participantes do encontro “Truth Over Fear: Covid-19, the Vaccine and the Great
Reset”, que se realizará entre 30 de Abril e 1 de Maio de 2021. Nesta época de
tanta confusão, possa este ser um precioso contributo para aqueles que, fiéis à
Verdade, procuram a verdade temporal.
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25 de Março de 2021
In Annuntiatione Domini
Ecce nova facio omnia
Ap 21, 5
O que aprendemos até agora a
propósito da pseudopandemia dá-nos a imagem de uma realidade inquietante e de uma
ainda mais inquietante conspiração criminosa concebida por mentes desviadas. Esta
realidade, porém, não é levada em consideração por aqueles que, hipnotizados
pela doutrinação mediática, persistem em considerar uma grave gripe sazonal como
um flagelo pandémico, ineficazes os tratamentos conhecidos e milagrosas as
chamadas vacinas, declaradamente inúteis e prejudiciais.
A reputação das empresas farmacêuticas
Sabemos que as gigantes farmacêuticas – Astra Zeneca, Pfizer, Moderna, Johnson
& Johnson – não só não seguiram os protocolos usuais para a experimentação
dos medicamentos, mas também têm um longo histórico de condenações por terem,
anteriormente, causado sérios danos à população, distribuindo vacinas que se
revelaram ser a causa de patologias incapacitantes.
Conflitos de interesse
Sabemos quais são os macroscópicos conflitos de interesse entre as empresas
farmacêuticas e os órgãos responsáveis pelo seu controlo: em muitos casos, funcionários
destas empresas passaram por órgãos que devem aprovar e autorizar o uso dos medicamentos
e é difícil pensar que eles – que, muitas vezes, continuam a ter vínculos
profissionais com a Big Pharma – tenham a liberdade de fazer uma avaliação
justa e prudente. Aliás, vimos, recentemente, com o caso da Astra Zeneca na
Europa, que a nítida nocividade da chamada vacina – perante a qual alguns
Estados suspenderam a sua distribuição – não é considerada motivo suficiente,
pela EMA (European Medicines Agency), proibir a sua adopção. As recentes
descobertas sobre os efeitos colaterais graves foram concebidas para excluir a
maioria dos casos e, acima de tudo, para ignorar, deliberadamente, a relação
causal entre a inoculação da vacina e as suas consequências a curto ou longo
prazo.
Imunidade para os efeitos colaterais
Sabemos que, contrariando qualquer princípio jurídico e de protecção da
população, as empresas farmacêuticas exigiram a imunidade total para os danos
que possam surgir aos pacientes, aos quais se pede que assinem, juntamente com
o consentimento informado, uma liberatória. Assim, a par dos escandalosos
lucros pela venda das vacinas, as multinacionais do fármaco garantem a
impunidade para uma operação criminosa, realizada com a cumplicidade das Instituições
internacionais e dos Governos.
Confidencialidade das cláusulas contratuais
Sabemos que os termos contratuais dos acordos celebrados pelos Estados e pela
União Europeia com estas empresas farmacêuticas são inacessíveis e secretos:
nem mesmo os Parlamentares e os representantes políticos podem conhecer as cláusulas
que tiveram de aprovar à confiança. E sabemos que as próprias empresas
farmacêuticas não só não se responsabilizam pelos efeitos colaterais, mas
também declaram que não garantem a sua eficácia, a começar pela imunidade ao
vírus.
A origem chinesa do vírus
Sabemos que o SARS-CoV-2 é, com toda a probabilidade, um vírus produzido em
laboratório, com a cumplicidade da ditadura chinesa: a qual, estando entre os principais
financiadores da OMS depois da Bill & Melinda Gates Foundation, conseguiu impedir
que fosse realizada uma investigação sobre a origem do vírus e sobre as
primeiras fases do contágio.
Cumplicidade do pessoal sanitário
Sabemos que todos os Estados, salvo raríssimas excepções, se adaptaram
imediatamente aos mais absurdos protocolos sanitários da OMS, a começar pela
infeliz decisão de não tratar os doentes ao aparecerem os primeiros sintomas e
de submetê-los à ventilação profunda, uma vez que a síndrome gripal degenerava
em pneumonia bilateral aguda. E isto aconteceu com a execrável cumplicidade do
pessoal sanitário – dos médicos de clínica geral ao pessoal hospitalar –, causando
milhares de mortes não por COVID, como é dito pela corrente dominante, mas por
terapia errada.
Delegitimização e boicote dos tratamentos disponíveis
Sabemos também qual foi a furiosa campanha contra a eficácia dos tratamentos
existentes, desde o uso do plasma hiperimune aos medicamentos que muitos
médicos, mesmo em violação das normas sanitárias impostas nos últimos meses, julgaram
ser seu dever administrar, com sucesso, aos seus pacientes. E não é difícil
compreender que o baixo custo dos tratamentos, o facto de muitos deles não
estarem sujeitos a patentes e, sobretudo, a sua eficácia imediata no tratamento
representam, para as empresas farmacêuticas e para os seus cúmplices, um motivo
mais do que suficiente para se oporem a eles, desacreditá-los e chegar a
conseguir proibir o seu uso.
Um projecto planeado há anos
Sabemos que, para realizar esta operação criminosa – já que devemos falar de um crime contra Deus e
contra a humanidade, e não de um desventurosa fatalidade –, foi necessária uma
planificação durante anos, realizada sistematicamente para enfraquecer os
planos pandémicos nacionais, reduzir drasticamente as camas nos hospitais e nos
cuidados intensivos, criar uma massa de funcionários cegos, surdos e mudos; funcionários,
já não médicos, que colocam a segurança no local de trabalho antes do seu dever
de cuidar dos doentes. O juramento de Hipócrates foi violado em nome do lucro
das empresas farmacêuticas e da procura de um projecto de engenharia social.
Envolvimento do sistema sanitário
Sabemos que, para obter a cumplicidade dos médicos e dos cientistas, não se
recorreu apenas ao sistema de corrupção e de conflito de interesses vigente há
décadas, mas também à distribuição de prémios e bónus em dinheiro. Para dar um
exemplo: em Itália, um médico especializado recebe 60 euros, por hora, para inocular
as vacinas nos centros de vacinação; aos clínicos gerais são reconhecidos incentivos
por cada paciente vacinado; uma cama de cuidados intensivos é paga pelo Serviço
Nacional de Saúde cerca de 3.000 euros por dia. É evidente que nem os médicos de
clínica geral, nem o pessoal hospitalar, nem as empresas sanitárias regionais
têm qualquer interesse em privar-se de enormes receitas, depois de a saúde
pública ter sido, durante uma década, demolida em nome de cortes nos
desperdícios impostos pela União Europeia. Para se ter uma ideia, a Itália
recebeu 72 convites de Bruxelas para fechar todos os pequenos hospitais que,
hoje, a pretexto da pandemia, são reabertos e financiados com os fundos que a
União Europeia atribui, a título de empréstimo, com vínculos e
condicionalidades que, noutros momentos, teríamos julgado inaceitáveis. No
entanto, aqueles hospitais funcionavam bem, permitiam oferecer um serviço
generalizado aos cidadãos e conseguiam evitar a difusão da infecção.
O papel fundamental dos media
Sabemos que os Estados concederam financiamentos aos media como contributo para
informação sobre o COVID. Em Itália, o Governo Conte alocou grandes quantias
para que o sistema de informação nacional desse uma versão unívoca sobre a
pandemia e censurasse qualquer voz dissidente. A divulgação dos dados sobre os
contágios e sobre os óbitos foi grosseiramente manipulada, fazendo crer que os positivos
ao teste deveriam ser considerados doentes, mesmo que assintomáticos não sejam
contagiosos – por própria admissão da OMS e dos órgãos análogos nos Estados
Unidos, no Canadá, na Austrália, etc. E, ao lado destes financiamentos
governamentais, em muitos casos o conflito de interesses com as farmacêuticas
também pôde interferir nas escolhas das emissoras e dos jornais, por um lado
porque a Big Pharma representa um dos principais compradores de espaços
publicitários, por outro porque está presente nos conselhos de administração das
sociedades da informação. É difícil acreditar que o director de um jornal,
mesmo se persuadido da fraude da pandemia, ousaria ir contra o CEO ou privar-se
dos lucros publicitários da Pfizer ou da Johnson & Johnson.
A responsabilidade das redes sociais
Sabemos que, além da cumplicidade dos meios de comunicação, a máquina infernal
das redes sociais se movimentou, do Facebook ao Twitter, da Google ao YouTube,
com uma operação de censura descarada e escandalosa, que apagou os perfis de
eminentes cientistas e de jornalistas consagrados pelo mero facto de não
obedecerem aos diktat da narrativa do COVID. Também neste caso não surpreende
descobrir as relações económicas e de parentesco existentes entre estes
gigantes multinacionais, que se tornaram, ao longo do tempo, donos da
informações e árbitros de quem tem direito à liberdade de expressão e de quem
não tem.
Cui prodest?
Também sabemos quem são os primeiros beneficiários da pandemia em termos económicos:
os usurários dos bancos, que têm o poder de manter vivas empresas alinhadas
ideologicamente e, ao mesmo tempo, fazer falir pequenos negócios que
representam um obstáculo incómodo ao estabelecimento da Nova Ordem Mundial.
Estas pequenas empresas, espalhadas, sobretudo, no Velho Continente e,
particularmente, em Itália, constituem o tecido social e a identidade económica
de muitas nações. A sua ampla difusão perturba as multinacionais da grande
distribuição, da Amazon à JustEat, que, num período de lockdown,
aumentaram os seus lucros de forma escandalosa em detrimento das actividades
comerciais normais. Já que aquele livro que podíamos comprar na livraria da
esquina, agora temos que encomendá-lo online, juntamente com o almoço, com o toner
da impressora e o detergente para a máquina de lavar. Esta new economy
impôs-se com prepotência, no arco de poucas semanas, graças ao concomitante
encerramento das lojas e à proibição de circulação imposta aos cidadãos.
A escola
Sabemos que a necessidade de doutrinar as novas gerações não podia excluir
deste plano também a educação escolar e universitária, que, hoje, é ministrada
à distância, com gravíssimas consequências psicológicas para as crianças e os adolescentes.
Esta operação põe, hoje, as premissas para garantir que, um dia, se possa unir
o ensino oferecido pela internet, decidindo quais são os professores que podem
ministrar as aulas e o que devem dizer; e não me surpreenderia se, em breve, esta
forma unívoca de educação incluísse um número cada vez menor de professores: um
único professor de História para todos os alunos de uma nação, com um programa
definido e controlado. Não é esta uma eventualidade tão remota quando algum
aluno é forçado a conectar-se online e não se pode valer do professor da sua
escola, forçado a aposentar-se ou afastado do ensino por não cumprir as ordens
do poder. Nem nos podemos surpreender se os novos professores forem hologramas
que elaboram algoritmos ou inquietantes inteligências artificiais que doutrinam
milhões de crianças na teoria de género, na doutrina LGBT e em todas as
aberrações morais de que tivemos antecipação nestes anos.
Os promotores da pandemia
Sabemos quem são os teóricos da pandemia como instrumentum regni, de
Bill Gates a George Soros, numa rede de cumplicidades e de interesses tão vasta
e organizada que qualquer medida de contraste é praticamente impossível. Juntamente
com eles encontramos o mais inquietante repertório de organizações
autodenominadas filantrópicas e de lobbys de poder, como o World Economic
Forum, com Klaus Schwab, a OMS e todas as suas ramificações nacionais, a
Comissão Trilateral, o grupo Bildelberg, o Council for Inclusive Capitalism,
chefiado por Lady Lynn Forester de Rothschild e sob a direcção espiritual de
Bergoglio, e, de forma mais geral, a falange de multinacionais, bancos e grupos
de poder que pertencem a esta cúpula de conspiradores. Não nos surpreendamos
se, em perfeita coerência com os seus planos, as seitas e movimentos satanistas
mundiais também se movem, a começar pela Igreja de Satanás, que exalta o aborto
como ritual propiciatório para o fim da pandemia, exactamente como a Big Pharma
impõe pseudovacinas com fectos abortivos.
Sujeição da Hierarquia católica
Por fim, sabemos – e este é, certamente, o aspecto mais chocante – que parte da
Hierarquia católica também está presente neste plano, que em Jorge Mario
Bergoglio encontra um obediente pregador da narrativa pandémica e o principal
patrocinador das vacinas, que não hesitou em definir «um dever moral»,
apesar das gravíssimas críticas éticas e religiosas que essas implicam.
Bergoglio chegou a ser entrevistado pelo vaticanista Domenico Agasso, numa
conversa recolhida num livro intitulado Dio e il mondo che verrà, para
recomendar às massas a administração do soro génico e fornecer um autorizado
quanto infeliz aval à ideologia do globalismo. E, desde Março de 2020, a Santa
Sé mostra-se perfeitamente alinhada com o plano globalista ao ordenar o encerramento
das igrejas, a suspensão das celebrações e a administração dos Sacramentos. Se
isto não tivesse realmente acontecido e, de facto, tivesse sido ouvida uma forte
condenação deste projecto anti-humano e anticristão, dificilmente os líderes da
Igreja Católica teriam aceitado sujeitar as multidões às absurdas limitações
das liberdades naturais, em nome de uma sujeição não apenas ideológica, mas
obviamente também económica e social.
Não esqueçamos que, em contrapartida à perda de fiéis nas igrejas e à consequente
redução drástica das ofertas para as Conferências Episcopais, deve haver,
necessariamente, uma forma alternativa de financiamento que não tardaremos a
descobrir. Penso que nesta operação não seja estranha nem a China comunista,
nem de Rothschild, nem Bill e Melinda Gates (que, como soube de fontes
confiáveis, teriam aberto uma conta no IOR), nem a rede de partidos e
movimentos ditos democráticos – a Esquerda internacional – obedientes à
ideologia globalista. Por outro lado, o Great Reset prevê o estabelecimento
de uma Religião Universal, ecuménica, ecológica e malthusiana, que vê em
Bergoglio o seu líder natural, como recentemente reconhecido pela Maçonaria. A
adoração da pachamama no Vaticano, o acordo de Abu Dhabi, a Encíclica Fratelli
tutti e o próximo sabat de Astana vão nessa direcção, completando aquele
inexorável processo de dissolução da Igreja que começou com o Concílio Vaticano
II.
Se qualquer coisa não serve, serve para outro
Ocorre reconhecer que o aparente ilogismo do que vemos acontecer – tratamentos
preventivos boicotados, terapias erróneas, vacinas ineficazes, lockdown sem
utilidade, uso de máscaras absolutamente inúteis – adquire perfeita
racionalidade assim que se compreende que o objectivo declarado – derrotar a
suposta pandemia – é uma mentira, enquanto o fim real é, justamente, o planeamento
de uma crise económica, social e religiosa usando como instrumento uma pseudopandemia
provocada astutamente. Só assim será possível compreender a simultaneidade e a
univocidade das medidas adoptadas pelos diversos Países, a mesma narrativa dos
media, o comportamento dos líderes políticos. O guião é único e sob uma única
direcção, que conta com a colaboração e a cumplicidade de políticos e
governantes, médicos e cientistas, Bispos e sacerdotes, jornalistas e
intelectuais, actores e influencers, multinacionais e banqueiros,
funcionários públicos e especuladores. Lucros e ganhos são instrumentais para
este fim, porque compram e garantem a lealdade dos subordinados; mas esta
guerra – nunca o esqueçamos! – é uma guerra ideológica e religiosa.
Dois mundos opostos
Esta crise serve para criar as condições necessárias para tornar inevitável o Great
Reset, ou seja, a passagem do mundo baseado na civilização greco-romana e
no Cristianismo para um mundo sem alma, sem raízes, sem ideais. Na prática, a
transição do Reino de Cristo para o reino do Anticristo, da sociedade virtuosa,
que pune os ímpios, para a sociedade ímpia e viciosa, que pune os bons. Porque
aquela detestável ideia de igualdade, que nos foi instilada pelos livres-pensadores,
serviu, antes, para colocar no mesmo plano o bem e o mal, o injusto e o
injusto, o belo e o feio, com o pretexto de reconhecer a liberdade de expressão;
hoje, serve para promover e até tornar obrigatório o mal, a injustiça e o que é
feio, para deslegitimar e proibir o bem, a justiça e a beleza. Coerentemente
com esta visão, até o ecumenismo – introduzido, inicialmente, no sagrado
recinto pelo Concílio, sob o pretexto de aproximar hereges e cismáticos – mostra,
hoje, a sua carga anticristã, incorporando todas as religiões falsas num panteão
infernal, mas proscrevendo a Religião Católica Apostólica Romana, porque é a
única verdadeira e, como tal, é irreconciliável com o erro doutrinal e o desvio
moral. Devemos, portanto, compreender que, se não assistirmos passivamente às
mudanças em curso e não nos deixarmos ser impostos à ideologia globalista em todas
as suas mais abjectas formas, em breve seremos considerados criminosos, hostes
publici porque fiéis a um Deus zeloso, que não tolera misturas com os ídolos
e com as prostituições. O engano da liberdade, da igualdade e da fraternidade,
propagandeadas pela Maçonaria, consiste, precisamente, em usurpar o primado de
Deus para dá-lo a Satanás, com o aparente pretexto – e, em o todo caso, erróneo
e imoral – de colocar Deus e Satanás ao mesmo nível, de modo a permitir uma
presumida liberdade de escolha que moralmente não existe. Mas o objectivo
final, o verdadeiro e inconfessável, é, fundamentalmente, teológico, porque o
autor da rebelião é sempre o mesmo, o eterno Derrotado.
Nemo propheta in patria
Claro, o que vemos a acontecer, hoje, diante dos nossos olhos poderia ser
compreendido e previsto há anos, se apenas tivéssemos prestado atenção ao que
os teóricos do Great Reset declaravam impunemente. Na verdade, quem denunciou
este plano, hoje em vias de realização, foi definido como teórico da
conspiração, ridicularizado ou feito passar por louco, condenado ao ostracismo
pela informação mainstream e criminalizado, afastado das cátedras
universitárias e da comunidade científica. Compreendemos, hoje, quão clarividentes
foram os alarmes lançados e quão poderosa é a máquina organizativa posta em
campo pelos nossos oponentes. Em nome da liberdade, habituamo-nos a ver-nos
privados do direito de falar e de pensar, e já se está a concretizar a
tentativa de patologizar a dissensão para legitimar campos de detenção e
restringir movimentos e actividades com base no passaporte sanitário.
Dissonância cognitiva
Diante da realidade, no entanto, é difícil entender o motivo pelo qual toda a
população mundial se deixou convencer da existência de um vírus pandémico, ainda
a ser isolado, e tenha aceitado supinamente as restrições à própria liberdade
que, noutros momentos, teriam trazido a revolução e as barricadas nas ruas.
Ainda mais incompreensível não é tanto a ausência de uma verdadeira reacção
social e política, mas a incapacidade de ver a realidade em toda a sua crua
evidência. Mas isto deve-se, como sabemos, à acção científica de manipulação
das massas que, inevitavelmente, levou àquele fenómeno que a psicologia social
chama de “dissonância cognitiva”, ou seja, a tensão ou o desconforto que
sentimos diante de duas ideias opostas e incompatíveis. O psicólogo e sociólogo
Leon Festinger mostrou que tal desconforto nos leva a elaborar estas convicções
segundo três modalidades, a fim de reduzir a incongruência psicológica que a
dissonância determina: mudar a própria atitude, mudar o contexto
ou mudar o comportamento. O cidadão comum, incapaz de compreender e de
reconhecer a racionalidade naquilo que os media difundem obsessivamente sobre o
COVID, aceita o absurdo de um vírus da gripe apresentado como mais devastador
que o ébola, porque não quer aceitar que os seus governantes estejam a mentir
descaradamente, com o objectivo de obter a destruição social, económica, moral
e religiosa de um mundo que alguém decidiu cancelar. Não sabe aceitar que a
mentira possa ser passada por verdade, que os médicos não curem e, aliás, façam
morrer os pacientes, que os magistrados não intervenham pelos crimes e as violações
flagrantes, que os políticos sejam todos obedientes a um lobby sem
rosto, que Bergoglio queira demolir a Igreja de Cristo para substituí-la por
uma infernal paródia maçónica. Assim, por este desejo de não aceitar o engano
e, por conseguinte, de não querer tomar posição contra ele e contra os seus
propagadores, refugia-se na narrativa mainstream, suspendendo o juízo e
deixando que outros lhe digam o que pensar, mesmo que seja irracional e
contraditório. Biliões de pessoas tornaram-se, de forma voluntária, escravas,
vítimas sacrificais do Moloch globalista, deixando-se persuadir da
inevitabilidade de uma situação surreal e absurda. Com efeito: o absurdo do que
vemos e do que nos é dito parece dar maior força às razões daqueles que, após
duzentos anos de revoluções em nome da pretensa liberdade, aceitam a tirania
como um facto normal e sobem ao patíbulo com a resignação de quem, no fundo, se
convenceu de ser, de qualquer modo, culpado.
Suscita não menor consternação o comportamento de quantos, desprezando qualquer
evidência científica, pensam poder resolver esta crise deplorando a
ineficiência na distribuição das vacinas, ou remediar os danos do lockdown
garantindo subsídios às empresas e aos trabalhadores. Em suma, gostariam de
escolher se ser executados na forca ou na guilhotina, sem fazer objecções à
legitimidade desta sentença. E irritam-se logo que alguém formula objecções,
acusando de conspiração ou de negacionismo, proclamando-se a favor das vacinas
e dando atestados de lealdade à ideologia dominante. E não se apercebem que,
justamente ao alocar subsídios às empresas prejudicadas pelo lockdown,
legitimam aquele rendimento universal teorizado pelo Great Reset e
fortemente desejado também pelo Vaticano; não se apercebem que não pode haver
uma vacina para um vírus mutante e que o antígeno que deveria garantir a imunidade
a uma síndrome gripal não pode existir até que o vírus seja isolado e não
apenas sequenciado. Recordam os que, na esfera católica, deploram as derivas
doutrinais e morais de Bergoglio sem compreender que estão em perfeita
coerência com os fundamentos ideológicos do Concílio. Também aqui, como vemos,
a racionalidade é anulada para dar lugar à dissonância cognitiva e
aceitar o absurdo.
O homem não é um autómato
Porém, há um elemento que os conspiradores não levaram em consideração: a
fraqueza humana, de um lado, e, do outro, o poder de Deus. A fraqueza humana
fará com que alguns dos cúmplices desta conspiração não sejam completamente
obedientes às ordens dadas, ou que pensem que podem tirar uma vantagem pessoal
da pseudopandemia, trazendo à tona imbróglios e corrupção; alguns pensarão,
primeiro, no próprio interesse, outros imporão a obrigação da vacinação a
qualquer pessoa, mas terão alguns escrúpulos quando se trata de vacinar os filhos
ou o pai idoso; alguns temerão que a farsa pandémica possa, de alguma forma,
envolvê-los no escândalo e começarão a confessar e a falar; outros serão usados
e, depois, postos brutalmente de lado, o que suscitará neles o desejo de
vingança e os levará a desvendar o pano de fundo do plano. Aos poucos, este
colosso de pés de barro desabará, inexoravelmente, sobre as próprias mentiras e
sobre os próprios crimes.
Uma salutar admoestação
Por outro lado, existe o poder de Deus. Alguns de nós, no início, acreditavam
que a pandemia fosse real e, com espírito sobrenatural, pensavam que fosse, de
alguma forma, um castigo divino pelos pecados gravíssimos dos indivíduos e das nações:
pediam actos de reparação e orações para invocar o fim da peste. Diante da
evidência de que não há pandemia e de que as mortes foram deliberadamente
causadas para exagerar os efeitos na percepção da população, podemos considerar
o COVID como um flagelo não em si, mas por tudo o que tem mostrado: o plano de
Satanás para a instauração da Nova Ordem Mundial, que deveria conduzir ao reino
do Anticristo. O Senhor mostra-nos, com a severidade do Pai, que ainda quer
admoestar os Seus filhos e a humanidade desviada sobre as consequências do
pecado. Faz-nos ver que mundo nos espera se não nos soubermos converter,
abandonando o caminho da perdição e voltando a Ele, à obediência à Sua santa
lei, à vida da Graça.
A resposta dos Católicos
Mas, para que as nações voltem a Deus, ocorre que os seus membros já Lhe
pertençam. Para que Cristo seja o Rei das nações, ocorre que Ele reine nas
nossas almas, nas nossas famílias, nas nossas comunidades. E que reine, antes
de mais, na Santa Igreja, sobre os seus Ministros, sobre o Papa e os Bispos.
Enquanto o Deus vivo e verdadeiro estiver indignado por ser colocado ao lado dos
ídolos e dos demónios, não podemos esperar que a Misericórdia divina acabe com
este flagelo e que derrote o inimigo.
Que este período de preparação para a Santa Páscoa seja um tempo de santos
propósitos para todos nós: na penitência, no jejum e no sacrifício devemos
chegar aos pés da Cruz e contemplar, na Paixão do nosso Salvador, o acto de
vitória sobre o Maligno. Ao mandar crucificar o Redentor sobre o lenho da Cruz,
Satanás assinalou a própria derrota, que deve ser tornada definitiva com o fim
dos tempos, mas que é certíssima e inexorável.
Voltemos a Deus! Voltemos à Fé integral e pura, sem compromissos com a
mentalidade do mundo. Voltemos à Moral cristã, à santidade de vida, à pureza dos
costumes. O número dos justos deterá a destra do Omnipotente e permitirá que a
Igreja enfrente o Calvário da perseguição final com a mesma dignidade com que a
Sua Cabeça a precedeu. Porque a Cruz é o caminho real que conduz à glória da
Ressurreição. O caminho largo e cómodo é o que vemos hoje e, infelizmente,
sabemos muito bem aonde conduz. Que nos assista nestes momentos a poderosa
protecção da Santíssima Virgem, Nossa Senhora e Rainha: seja Ela a nossa Comandante
neste combate espiritual, juntamente com São Miguel Arcanjo e toda a Corte
celeste.
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo
1 Comentários
Amém.
ResponderEliminar«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.