A
fisionomia de Afonso Ratisbonne é de uma pessoa que tomou uma resolução firme.
O porte, o corpo, todo o conjunto é de um homem possante, que enfrenta qualquer
dificuldade. Até pela postura das mãos e dos braços se percebe um homem de
decisão forte.
Não aparenta introspecção alguma, está completamente posto no mundo exterior,
na objectividade, na verdade. Sem devaneios, pois entende que a vida não é
feita de ilusões; tem o brio de um gigante na presença de Deus. Estes aspectos
revelam a sua grandeza de alma.
O P. Afonso Ratisbonne tem algo de bíblico, Moisés poderia ser assim. Esta
fotografia é benfazeja, como também o é a de São Charbel Makhlouf. Mas a
fisionomia de São Charbel lembra a de um profeta, enquanto a de Ratisbonne
lembra muito a de um legislador.
Como legenda desta fotografia, poder-se-ia escrever: o varão a quem apareceu
Nossa Senhora do Milagre. Dessa aparição resultou a conversão que impregnou
essa fisionomia com algo de exorcizante. Mil morcegos e mariposas da dúvida, da
incerteza, da moleza, da introspecção e da cupidez fogem da presença dele.
Este é um verdadeiro católico, nem um pouco tolo, pois sabe o que deseja.
Compreende inteiramente a malícia dos revolucionários e como deve ser o combate
aos maus. Era um homem riquíssimo, frequentava a melhor e mais alta
aristocracia. A sua conversão do judaísmo ao catolicismo deslocou-o desse
ambiente para tornar-se sacerdote. O amor que ele tinha a si mesmo,
transferiu-o a Deus Nosso Senhor com todas as suas potencialidades colocadas
inteiramente ao serviço do amor de Deus.
Plinio Corrêa de Oliveira, in Catolicismo, n.º 841, Janeiro de 2021
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«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
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