A pedido do Arcebispo Carlo Maria Viganò, o
portal Dies Iræ traduziu e disponibiliza aos leitores de Língua Portuguesa
uma declaração que o antigo Núncio Apostólico nos Estados Unidos da América acaba
de divulgar no seguimento dos acontecimentos relacionados com as eleições naquele
País. Imploramos a Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas, que
proteja os Estados Unidos da América, o Presidente Trump e conduza os pastores
e os fiéis a uma verdadeira conversão.
8 de
Novembro de 2020
Dominica XXIII Post Pentecosten
O mundo
em que vivemos está, para usar uma expressão evangélica, «in se divisum»
(Mt 12, 25). Esta divisão, na minha opinião, consiste na realidade e na
dissimulação: a realidade objectiva de um lado, a dissimulação mediática do
outro. Isto vale para a pandemia, que o filósofo Giorgio Agamben analisou na
colectânea de intervenções A che punto siamo, recentemente publicada pela
editora Quodlibet; mas vale ainda mais para a surreal situação política
americana, em que as evidências de um golpe eleitoral colossal são censuradas
impunemente pelos media, dando por adquirida a vitória de Joe Biden.
A realidade do COVID-19 está claramente em contraste com o que os media mainstream
querem que acreditemos, mas isto não basta para desmontar o grotesco castelo
de falsidade ao qual a maioria da população se adapta com resignação. A
realidade da fraude eleitoral, das violações flagrantes dos regulamentos e da
falsificação sistemática dos resultados, por sua vez, contrasta com a narrativa
dos gigantes da informação, para os quais Joe Biden é o novo Presidente dos
Estados Unidos, ponto. E assim deve ser: não há alternativas nem à
alegada fúria devastadora de uma gripe sazonal que causou o mesmo número de
mortes do ano passado, nem à inevitabilidade da eleição de um candidato
corrupto e subserviente ao deep state. Tanto é verdade que Biden já
prometeu restabelecer os bloqueios também na América.
A realidade não conta, não é absolutamente relevante, quando se situa entre o
plano concebido e a sua realização. O COVID-19 e Biden são dois hologramas,
duas criações artificiais, prontas para serem adaptadas, de tempos em tempos,
às necessidades contingentes ou substituídas, respectivamente, pelo COVID-21 e
por Kamala Harris. As acusações de irresponsabilidade pelos encontros de apoiantes
de Trump desaparecem se os apoiantes de Biden se aglomeram nas ruas, como já
aconteceu para as manifestações dos BLM, na América, e para as comemorações partidárias,
em Itália, do 25 de Abril. O que é criminoso para uns é permitido para outros:
sem explicações, sem lógica, sem racionalidade. Porque o simples facto de ser
de esquerda, de votar em Biden, de colocar a máscara é um livre-trânsito
absoluto, enquanto o só ser de direita, de votar em Trump ou de questionar a
eficácia dos tampões é motivo de condenação e de execração que não necessita de
provas, nem de processo. É-se ipso facto fascista, soberanista,
populista, negacionista. O estigma social de que se deveriam retirar em
silêncio os que são afectados.
Voltamos, assim, àquela divisão entre bons e maus que é ridicularizada quando
usada por um lado – o nosso – e, vice-versa, erigida como postulado
indiscutível quando a usam os nossos adversários. Vimo-lo com os comentários
desdenhosos às minhas palavras sobre os «filhos da Luz» e «os filhos
das trevas», como se os meus “tons apocalípticos” fossem o fruto de uma
mente delirante e não a simples constatação da realidade. Mas ao rejeitarem,
com desdém, esta divisão bíblica da humanidade, eles confirmaram-na,
limitando-se a reivindicar como seu o direito de dar patentes de legitimidade
social, política e religiosa.
Eles são os bons, mesmo se teorizam sobre a morte dos inocentes, e nós
devemos aceitá-lo. Eles são os democratas, mesmo que para ganhar as
eleições devam sempre recorrer a manobras e fraudes, ainda que flagrantemente
evidentes. Eles são os defensores da liberdade, mesmo que dela nos privem
dia após dia. Eles são objectivos e honestos, mesmo que a sua corrupção
e os seus crimes sejam agora evidentes até mesmo para os cegos. O dogma que
eles desprezam e ridicularizam nos outros é indiscutível e incontestável quando
são eles a promulgá-lo.
Mas, como já tive oportunidade de dizer anteriormente, esquecem um pequeno detalhe,
um pormenor que não conseguem compreender: a Verdade é-o em si, existe
independentemente de haver quem acredite nela, porque possui em si mesma,
ontologicamente, a própria razão de validade. A Verdade não pode ser negada
porque é um atributo de Deus, é o próprio Deus. E tudo o que é verdadadeiro
participa dessa primazia sobre a mentira. Podemos, portanto, estar teológica e
filosoficamente certos de que estes enganos têm as horas contadas, porque
bastará fazer luz sobre eles para que desabem. Luz e trevas, na verdade. Deixemos,
pois, que se faça luz sobre os embustes de Biden e dos Democratas, sem dar um
passo atrás. A fraude que armaram contra Trump e contra a América não poderá
permanecer por muito tempo, assim como não ficarão de pé a fraude mundial do COVID-19,
as responsabilidades da ditadura chinesa, a cumplicidade de corruptos e
traidores, a sujeição da deep church.
Neste panorama de mentiras sistemáticas, veiculadas pelos media com um
desconcertante atrevimento, a eleição de Joe Biden não é apenas desejada, mas
considerada inelutável e, consequentemente, verdadeira e, assim, definitiva.
Mesmo se as contagens não estão concluídas; mesmo se as verificações dos votos
e os relatórios sobre as fraudes ainda estão no começo; mesmo se as denúncias
tenham acabado de ser apresentadas. Biden deve ser Presidente, porque
assim foi decidido por eles: o voto dos americanos só é válido se
ratifica esta narrativa, senão muda-se em deriva plebiscitária, populismo,
fascismo.
Desta forma, não é surpreendente nem o entusiasmo, grosseiro e violento, com
que os Democratas exultam pelo seu candidato in pectore, nem a irreprimível
satisfação dos media e dos comentadores oficiais, nem a declaração de cúmplice
e cortesã sujeição ao deep state por parte de líderes políticos de meio
mundo. Estamos a assistir a uma corrida para ver quem chega primeiro, acotovelando-se
descompostamente para se exibir, para mostrar que sempre acreditaram na vitória
esmagadora do fantoche democrático.
Mas se a cortesania de chefes de Estado e de líderes partidários faz parte do trilhado
guião da esquerda mundial, são francamente desconcertantes as declarações da
Conferência Episcopal Americana, imediatamente relançadas pelo VaticanNews,
que, com inquietante estrabismo, se louva por ter apoiado «o segundo
Presidente católico da história dos Estados Unidos», esquecendo o não
insignificante detalhe de que Biden é um ávido abortista, um adepto da
ideologia LGBT e do globalismo anticatólico. O Arcebispo de Los Angeles, José
H. Gomez, profanando a memória dos mártires Cristeros do seu país natal,
declara lapidário: «The american people have spoken», o povo americano
falou. Pouco importa a fraude denunciada e amplamente comprovada: a enfadonha
formalidade do voto popular, ainda que adulterada de mil maneiras, deve ser
considerada concluída em favor do porta-estandarte do pensamento único. Lemos,
não sem ânsia de vómito, os posts de James Martin, sj, e de toda aquela fileira
de cortesãos que tentam subir para a carruagem de Biden para partilhar do seu efémero
triunfo. Os que discordam, os que pedem clareza, os que recorrem à lei para ver
protegidos os seus direitos, não têm legitimidade e devem calar-se,
resignar-se, desaparecer. Aliás: devem juntar-se ao coro de exultação,
aplaudir, sorrir. Aqueles que não aceitam, atentam contra a democracia e são ostracizados.
Mais dois lados, como podemos ver, mas desta vez legítimos e indiscutíveis,
porque são eles a impô-los.
É indicativo que a Conferência Episcopal Americana e a Planned Parenthood
expressem a sua satisfação com a suposta vitória eleitoral da mesma pessoa.
Esta unanimidade de consensos recorda o apoio entusiástico das Lojas maçónicas
por ocasião da eleição de Jorge Mario Bergoglio, também significativamente não
isenta da sombra de manobras no Conclave e igualmente desejada pelo deep
state, como bem sabemos pelos e-mails de John Podesta e das ligações de McCarrick
e dos seus colegas com os Democratas e com o próprio Biden. Uma bela companhia,
não há dúvidas.
Com estas palavras, confirmou-se e selou-se o pactum sceleris entre deep
state e deep church, a servidão dos líderes da Hierarquia católica à
Nova Ordem Mundial, negando o ensinamento de Cristo e a doutrina da Igreja.
Tomar nota disto é o primeiro passo imperativo para compreender a complexidade
dos acontecimentos presentes e para considerá-los numa perspectiva sobrenatural,
escatológica. Sabemos, aliás, acreditamos firmemente que Cristo, a única verdadeira
Luz do mundo, já venceu as trevas que o obscurecem.
† Carlo
Maria Viganò, Arcebispo
4 Comentários
" E vi outra besta, que subia da terra, e que tinha dois cornos semelhantes aos do Cordeiro, e que falava como o dragão.
ResponderEliminarE ela exercitava todo o poder da primeira besta na sua presença; e fez que a terra, e os que a habitam, adorassem a primeira besta e cuja ferida mortal tinha sido curada." (Apo. 13, 11-12)
Bem haja Arc. Vigano por nos chamar a atenção da profecia e do seu aparente cumprimento!
Uma pergunta então este negócio de anulação de casamento católico é falso não pode, mesmo que case de novo no religioso está cometendo adultério do mesmo jeito
ResponderEliminarEntão anulação de casamento no religioso não pode acontecer é se acontecer e se casar de novo no religioso está cometendo adultério do mesmo jeito
ResponderEliminarAnulação de casamento religioso pode acontecer é se casar de novo no religioso está cometendo adultério do mesmo jeito
ResponderEliminar«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.