Um outro
meio muito eficaz à nossa disposição para elevar as almas do Purgatório é a
oração, obra fácil a ser praticada por todos, dado que não exige um grande
sacrifício e também pode ser feita durante as acções diárias e com uma simples
aspiração de coração.
Conta o P. Rossignoli, na sua obra sobre o Purgatório, que citámos várias
vezes, que um religioso tinha o piedoso costume de recitar um Réquiem æternam cada vez
que passava em frente a um cemitério. Mas um dia, estando imerso em graves
pensamentos, omitiu esta oração; teve, então, a impressão de ver os mortos
saírem das suas sepulturas e segui-lo cantando a estrofe do Salmo: «Et non
dixerunt qui præteribant: Benedictio Domini super vos» (Sl
128, 7). A essas palavras, o religioso, confuso e mortificado, respondeu. «Benedicimus
vobis in nomine Domini» (Id.), e, então, os mortos regressaram aos seus
túmulos suficientemente sufragados por aquela pequena oração.
A partir deste facto, podemos argumentar qual orvalho de refrigério seja para
os mortos até uma simples invocação a Deus em seu sufrágio. Quando, todavia,
pretendemos trazer maior alívio e contribuir maiormente para a libertação de
uma alma, não devemos iludir-nos de que o podemos fazer com tão pouco, pois,
como dissemos algures ao falar da duração das penas do Purgatório, Deus exige
um mais considerável resgate, tanto que São Roberto Belarmino chega a dizer que
nunca se deve parar de rezar por um defunto, mesmo depois da sua aparição.
A oração, depois, deve ser perseverante e fervorosa, já que se trata de, com
ela, fazer violência ao coração de Deus e de obter, para uma alma, a graça da
visão beatífica, graça em relação à qual não existe maior e que não se obtém a
não ser com grande perseverança. Nosso Senhor disse um dia a Santa Lutgarda: «Minha
filha, fizeste tanta violência ao meu coração que não posso resistir às tuas
orações, por isso fica calma, porque a alma pela qual rezas logo se libertará
das suas penas». Para além disso, para que a nossa oração seja atendida, é
necessário que nos encontremos em estado de graça. Na verdade, aquele que, pelo
pecado mortal, se tornou inimigo de Deus, como poderia servir de intermediário
entre a justiça divina e as almas do Purgatório? «Scimus quia peccatores
Deus non audit» (Jo 9, 31), diz a divina Sabedoria, e se não temos a alma pura
de falta grave, são estéreis todas as nossas orações.
Através de Radio Roma Libera
1 Comentários
«São Luís Gonzaga (1568-1591) ensina que, quando a alma abandona o corpo, esta é acompanhada e consolada pelo seu anjo da guarda para que se apresente com confiança diante do tribunal de Deus.
ResponderEliminarSegundo o santo, o anjo apresenta os méritos de Cristo, para que neles se apoie a alma no momento do seu juízo particular; e, uma vez pronunciada a sentença pelo Divino Juiz, se a alma é enviada ao purgatório, esta recebe a visita frequente do seu anjo da guarda, que a conforta e consola, levando-lhe as orações que foram feitas por ela e garantindo-lhe sua futura libertação.»
«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
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