Os direitos dos pais
como educadores primários dos seus filhos e a obrigação dos pais de se oporem a
um currículo contrário à lei moral
Muito me agrada auxiliar a “Voice of the Family”
no seu nobre trabalho de promoção da sã doutrina e da disciplina da Igreja em
relação ao matrimónio e ao seu incomparável fruto: a família. Em particular,
tenho o prazer de abordar a questão crítica da educação, que é a missão
essencial da família e uma expressão fundamental da nossa cultura.
Não pode escapar da atenção de qualquer pessoa judiciosa que a educação está,
hoje, sob um ataque feroz. Tanto na educação como na lei, como expressões
fundamentais da nossa cultura, testemunhamos o abandono da compreensão da
natureza humana e da consciência pela qual Deus nos chama a respeitar a verdade
da natureza e a viver de acordo com essa verdade em amor puro e
desinteressado.São Paulo, na sua Carta aos Efésios, referindo-se ao afastamento
do homem de Deus e, portanto, do mundo, declarou:
«Mas em Cristo Jesus, vós que, outrora estáveis longe, agora estais perto
pelo sangue de Cristo. Com efeito, Ele é a nossa paz, Ele que, dos dois povos,
fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade: na sua carne, anulou a
lei, que contém os mandamentos em forma de prescrições, para, a partir do judeu
e do pagão, criar em si próprio um só homem novo, fazendo a paz, e para os
reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando, assim, a
inimizade. E, na sua vinda, anunciou a paz a vós que estáveis longe e paz
àqueles que estavam perto. Porque é por Ele que uns e outros, num só Espírito,
temos acesso ao Pai. Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas
sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, edificados sobre o
alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo
Jesus. É nele que toda a construção bem ajustada cresce para formar um templo
santo, no Senhor. É nele que também vós sois integrados na construção, para
formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito»[1].
Só Cristo abre o entendimento e anima o coração para abraçar a verdade e
vivê-la no amor. Os educadores, portanto, cooperando com os pais, levam os
filhos a conhecer a Cristo e a segui-Lo em todas as coisas e, assim, a
conduzi-los à paz, que todo o coração humano deseja. A educação, tanto no lar
como na escola, abre os olhos da criança para contemplar o mistério do amor de
Deus por nós no envio do Seu Filho unigénito na nossa carne humana e no envio
do Seu Espírito Santo às nossas almas, o grande fruto da Encarnação Redentora.
Os pais, que no passado dependiam das escolas para ajudá-los a criar os seus
filhos para serem verdadeiros cidadãos do céu e da terra, bons membros da
Igreja e bons membros da sociedade civil, acham que algumas escolas são locais
de doutrinação no materialismo ateísta com o relativismo que nele vai
implicado. Essas escolas, de facto, tentam destruir a educação recebida no lar
sobre as verdades mais fundamentais: a verdade sobre a dignidade inviolável da
vida humana inocente, a integridade da sexualidade humana e do casamento, e a
insubstituibilidade da relação do homem com Deus ou da sagrada religião. Além
disso, quando os pais tentam, acertadamente, proteger os seus filhos de tal
ideologia niilista, essas escolas tentam forçar a doutrinação dos seus filhos
de maneira totalitária.
Infelizmente, algumas escolas católicas, por várias razões, imitam a situação
das escolas não católicas, insistindo na ideologia anti-vida, anti-família e
anti-religião que marca a educação em geral. Esta última situação é
particularmente perniciosa, pois os pais mandam os filhos para uma escola
católica com a confiança de que será verdadeiramente católica, quando, na
verdade, não o é de todo. O facto de tais escolas funcionarem sob o nome de
católicas é uma profunda injustiça para com as famílias.
Na raiz da deplorável situação cultural em que nos encontramos está a perda do
sentido da natureza e da consciência. O Papa Bento XVI abordou esta perda, no
que diz respeito ao fundamento do direito, no seu discurso ao Parlamento
Alemão, o Bundestag, durante a sua Visita Pastoral à Alemanha, em
Setembro de 2011. Aproveitando a história do jovem Rei Salomão e da sua subida
ao trono, lembrou aos líderes políticos o ensinamento da Sagrada Escritura
sobre a actividade política. Deus perguntou ao Rei Salomão que pedido desejava
fazer ao começar a governar o povo santo de Deus. O Santo Padre comentou:
«Que irá pedir o jovem soberano neste momento
tão importante: sucesso, riqueza, uma vida longa, a eliminação dos inimigos?
Não pede nada disso; mas sim: “Concede ao teu servo um coração dócil, para
saber administrar a justiça ao teu povo e discernir o bem do mal”» (1
Rs 3, 9)[2].
A história do Rei Salomão, como observou o Papa Bento XVI, ensina o que deve
ser o fim da actividade política e, portanto, do governo. Declarou: «A
política deve ser um compromisso em prol da justiça e, assim, criar as
condições de fundo para a paz. Servir o direito e combater o domínio da
injustiça é e permanece a tarefa fundamental do político»[3].
O Papa Bento XVI, então, perguntou como conhecemos o bem e o certo, que a ordem
política e especificamente a lei devem salvaguardar e promover. Embora tenha
reconhecido que, em muitos assuntos, se «pode ter
por critério suficiente o da maioria»[4], observou que tal princípio não é suficiente «nas questões fundamentais do direito em que está em jogo a
dignidade do homem e da humanidade»[5]. Em
relação ao próprio fundamento da vida da sociedade, a lei civil positiva deve
respeitar «a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito»[6]. Por outras palavras, deve-se recorrer à lei
moral natural que Deus inscreveu em cada coração humano. Penso na minha própria
terra natal, os Estados Unidos da América, onde o Supremo Tribunal da nação se
atreveu a definir o início da vida humana, a parceria do casamento e a própria
sexualidade humana de acordo com considerações sentimentais materialistas e
relativistas, em desafio à lei escrita por Deus no coração humano[7].
O que o Papa Bento XVI observou sobre o fundamento do direito na natureza e na
consciência aponta para o trabalho fundamental da educação, a saber, o trabalho
de promover nos alunos um “coração que escuta” que se esforça por conhecer a
lei de Deus e por respeitá-la mediante o próprio desenvolvimento na vida das virtudes. A verdadeira educação
visa levar a pessoa humana «à plena maturidade humana e cristã»[8]. Basta dizer que os pais devem estar vigilantes
para que a educação dos filhos seja coerente com a educação e o acompanhamento
do crescimento cristãos dados no lar. Assim como a família é essencial para a
transformação da cultura, assim também o é a educação, por causa da sua conexão
intrínseca com o crescimento e desenvolvimento da criança.
A agenda anti-vida, anti-família e anti-religião do nosso tempo, totalmente
galvanizada, avança, em grande parte, por causa da falta de atenção e
informação do público em geral. Os mass media hoje difusamente
presentes, que são poderosos promotores desta agenda, confundem e corrompem
mentes e corações, e tornam as consciências apáticas no que toca à lei escrita
por Deus na natureza e em cada coração humano. Na sua Carta Encíclica sobre o
Evangelho da Vida, Evangelium Vitae, o Papa João Paulo II declarou:
«Urge uma mobilização geral das consciências
e um esforço ético comum para se actuar uma grande estratégia a favor da vida.
Todos juntos devemos construir uma nova cultura da vida: nova, porque em
condições de enfrentar e resolver os problemas inéditos de hoje acerca da vida
do homem; nova, porque assumida com convicção mais firme e laboriosa por todos
os cristãos; nova, porque capaz de suscitar um sério e corajoso confronto
cultural com todos. A urgência desta viragem cultural está ligada à situação
histórica que estamos a atravessar, mas radica-se sobretudo na própria missão
evangelizadora confiada à Igreja. De facto, o Evangelho visa “transformar a
partir de dentro e fazer nova a própria humanidade”; é como o fermento que
leveda toda a massa (cf. Mt 13, 33) e, como tal, é destinado a permear todas as
culturas e a animá-las a partir de dentro, para que exprimam a verdade integral
sobre o homem e sua vida»[9].
O que o Papa João Paulo II afirmou sobre a mobilização das consciências em
relação à inviolabilidade da vida humana inocente, certamente se aplica também,
e com força, à mobilização das consciências a respeito da integridade do
casamento e da vida familiar e à relação insubstituível com Deus, que é a santa
religião.
O Papa João Paulo II não deixou de fazer notar que tais esforços devem começar
com «a renovação da cultura de vida no seio das próprias comunidades
cristãs»[10]. A própria Igreja deve abordar a situação de
tantos dos seus membros que, mesmo sendo activos nas actividades da Igreja, «caem
numa espécie de dissociação entre a fé cristã e as suas exigências éticas a
propósito da vida, chegando assim ao subjectivismo moral e a certos
comportamentos inaceitáveis»[11]. Essa separação entre fé e vida prática é
particularmente devastadora quando influencia a educação. A criança que é
ensinada a ter um “coração que escuta”e que está naturalmente sintonizada com a
sua consciência, com a lei de Deus escrita no seu coração, é corrompida por
aqueles em quem é levada a confiar. Basta pensar na corrupção produzida por uma
educação falsa e difusa em matéria de sexualidade humana. Nunca é demais a
atenção dos pais à possibilidade de tal corrupção entrar no que deveria ser a
educação dos seus filhos.
A educação católica de crianças e jovens é uma educação completa, isto é, o
desenvolvimento da razão através da transmissão competente de conhecimentos e
talentos dentro do contexto da fé por meio do estudo de Deus e do Seu plano
para nós e para o nosso mundo, de acordo com o que Ele nos revelou de Si mesmo
e do Seu plano. O Papa Pio XI, na sua Carta Encíclica Divini Illius Magistri,
descreveu uma educação católica ou cristã com estas palavras:
«O fim próprio e imediato da educação cristã é cooperar com a graça divina
na formação do verdadeiro e perfeito cristão, isto é, formar o mesmo Cristo nos
regenerados pelo Baptismo, segundo a viva expressão do Apóstolo: “Meus
filhinhos, a quem eu trago no meu coração até que seja formado em vós Cristo”.
Pois que o verdadeiro cristão deve viver a vida sobrenatural em Cristo: “Cristo
que é a vossa vida”, e manifestá-la em todas as suas acções: “a fim que também
a vida de Jesus se manifeste na vossa carne mortal”. Precisamente por isso a
educação cristã abraça toda a extensão da vida humana, sensível, espiritual,
intelectual e moral, individual, doméstica e social, não para diminuí-la de
qualquer maneira, mas para a elevar, regular e aperfeiçoar segundo os exemplos
e doutrina de Cristo. Por isso o verdadeiro cristão, fruto da verdadeira
educação cristã, é o homem sobrenatural que pensa, julga e opera constantemente
e coerentemente, segundo a sã razão iluminada pela luz sobrenatural dos
exemplos e doutrina de Cristo; ou antes, servindo-Nos da expressão, agora em
uso, o verdadeiro e completo homem de carácter. Pois que não é qualquer
coerência e rigidez de procedimento, segundo princípios subjectivos, o que
constitui o verdadeiro caráter, mas tão somente a constância em seguir os
eternos princípios da justiça, como confessa o próprio poeta pagão quando
louva, inseparavelmente, “o homem justo e firme em seu propósito”. Por outro
lado, não pode haver justiça perfeita senão dando a Deus o que é de Deus, como
faz o verdadeiro cristão»[12].
Só essa educação completa pode guiar as nossas crianças e jovens no caminho da
felicidade para a qual Deus criou cada um de nós. Com a ajuda de uma educação
sã e sólida em casa e na escola, as crianças conhecem a felicidade durante os
dias da sua peregrinação terrena e eternamente no termo desejado da sua
peregrinação que é o Céu. Apenas tal educação pode transformar a nossa cultura.
A família é o primeiro lugar da educação, verdade que define a missão da escola
na sua essência. A escola serve a família e, por isso, trabalha intimamente com
a família para levar os filhos a uma maturidade cada vez maior, à plenitude da
vida em Cristo. Sobre o casamento cristão e a família, e a missão educativa, o
Papa São João Paulo II, na sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal sobre a
Família, de 1981, Familiaris consortio, declarou que «a família cristã, de facto, é a primeira comunidade chamada
a anunciar o Evangelho à pessoa humana em crescimento e a levá-la, através de
uma catequese e educação progressiva, à plenitude da maturidade humana e cristã»[13]. A educação cristã na família e na escola
introduz as crianças e os jovens, de maneira cada vez mais profunda, na
Tradição, no grande dom da nossa vida em Cristo na Igreja que nos foi
transmitida com fidelidade, numa linha ininterrupta, através dos Apóstolos e
dos seus sucessores.
A educação, para ser sã e sólida, isto é, em prol do bem do indivíduo e da
sociedade, deve estar especialmente atenta para se armar contra os erros do
secularismo e do relativismo, para não deixar de comunicar às gerações
seguintes a verdade, a beleza e a bondade da nossa vida e do nosso mundo,
conforme são expressas no ensino imutável da fé, na sua mais alta expressão
através da oração, da devoção e doculto divino, e na santidade de vida daqueles
que professam a fé e adoram a Deus «em espírito e em verdade»[14].
A Declaração sobre a Educação Cristã, Gravissimum educationis, do
Concílio Ecuménico Vaticano II, deixou claro que a responsabilidade primária
pela educação das crianças pertence aos pais, que contam com escolas sãs e
sólidas para ajudá-los a fornecer qualquer parte da educação total dos seus
filhos que eles não podem transmitir em casa. O bem essencial do casamento, que
é o dom dos filhos, inclui tanto a procriação quanto a educação dos filhos.
Cito a Gravissimum educationis:
«Os pais, que
transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de educar a prole
e, por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais
educadores. Esta função educativa é de tanto peso que, onde não existir,
dificilmente poderá ser suprida. Com efeito, é dever dos pais criar um ambiente
de tal modo animado pelo amor e pela piedade para com Deus e para com os homens
que favoreça a completa educação pessoal e social dos filhos. A família é,
portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm
necessidade. Mas, é sobretudo, na família cristã, ornada da graça e do dever do
sacramento do Matrimónio, que devem ser ensinados os filhos desde os primeiros
anos, segundo a fé recebida no Baptismo a conhecer e a adorar Deus e a amar o
próximo»[15].
Certamente, a sociedade, em geral, e a Igreja,
de modo particular, têm também uma responsabilidade pela educação das crianças
e dos jovens, mas essa responsabilidade deve ser sempre exercida no respeito
pela responsabilidade primária dos pais.
Os pais, por seu lado, devem estar plenamente empenhados em qualquer serviço
educativo prestado pela sociedade e pela Igreja. As crianças e os jovens não
devem ser confundidos ou induzidos no erro por uma educação fora de casa que
entra em conflito com a educação ministrada no lar. Hoje, os pais devem estar
especialmente vigilantes, pois algumas escolas tornaram-se os instrumentos de
uma agenda secular inimiga da vida cristã. Pense-se, por exemplo, na assim dita
“educação de género” obrigatória em algumas escolas, que ataca directamente a
sexualidade humana e o casamento, e, portanto, a família.
Para o bem dos nossos jovens, todos devemos dar particular atenção a essa
expressão fundamental da nossa cultura que é a educação. Os bons pais e os bons
cidadãos devem estar atentos ao currículo que as escolas seguem e à vida nas
mesmas, a fim de assegurar que os nossos filhos estão a ser formados nas
virtudes humanas e cristãs e que não estão a ser deformados pela doutrinação na
confusão e no erro quanto às verdades mais fundamentais da vida humana, da
família e da religião, o que os conduzirá à escravidão ao pecado e, portanto, a
uma profunda infelicidade e à destruição da cultura.
No cerne de um currículo sólido há-de estar o respeito pela dignidade da pessoa
humana e pela tradição da beleza, da verdade e da bondade nas artes e nas ciências.
Frequentemente, hoje, uma noção de tolerância de maneiras de pensar e agir
contrárias à lei moral parece ser a chave interpretativa para muitos cristãos.
De acordo com essa abordagem, já não se pode distinguir entre o belo e o feio,
o verdadeiro e o falso, o bom e o mau. Uma abordagem que não está firmemente
fundamentada na tradição moral, mas que tende a dominar a nossa abordagem na
medida em que acabamos a afirmar-nos cristãos ao mesmo tempo que toleramos
formas de pensar e de agir diametralmente opostas à lei moral que nos é
revelada na natureza e na Sagrada Escritura. A abordagem, às vezes, torna-se
tão relativista e subjectiva, que nem sequer respeitamos o princípio lógico
fundamental da não contradição, ou seja, que uma coisa não pode ser e não ser
ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Por outras palavras, certas acções não
podem ser, ao mesmo tempo, verdadeiras e falsas para a lei moral.
Na verdade, apenas a caridade deve ser a chave interpretativa dos nossos
pensamentos e acções. No contexto da caridade, a tolerância significa amor
incondicional pela pessoa que está envolvida no mal, mas firme aversão ao mal
em que essa pessoa caiu. Toda a educação deve ser dirigida a formar os alunos
na caridade pela qual a mente e o coração respondem ao belo, ao verdadeiro e ao
bom, como Deus nos criou para fazer.
A educação, que ocorre primeiro no lar e é enriquecida e complementada pelas
escolas e, sobretudo, pelas escolas verdadeiramente católicas, visa,
fundamentalmente, a formação de bons cidadãos e bons membros da Igreja. Em
última análise, dirige-se à felicidade do indivíduo, a qual se achará em
relacionamentos correctos e que tem a sua plenitude na vida eterna. Pressupõe a
natureza objectiva das coisas, às quais o coração humano se dirige, se for treinado
para ser um “coração que escuta”, «um coração cheio de atendimento»[16], isto é, para seguir uma consciência
correctamente formada. Procura um conhecimento e um amor cada vez mais
profundos da verdade, do bem e do belo. Forma o indivíduo para essa procura
fundamental ao longo da sua vida.
Que Deus inspire e fortaleça os pais e todos nós no trabalho de formar
“corações que escutam” nas nossas crianças e jovens, para a sua salvação e para
a transformação da nossa cultura. Sob os cuidados maternos da Virgem Mãe de
Deus, procuremos e encontremos no Coração de Jesus a sabedoria e a força para
salvaguardar e promover o ensino e a prática constantes da Igreja sobre a vida
humana, sobre a sexualidade humana, o casamento e a família e sobre a sagrada
religião.
Obrigado pela vossa atenção. Que Deus vos abençoe.
Raymond Leo Cardeal BURKE
A tradução portuguesa também se encontra disponível na página oficial
de Sua
Eminência o Cardeal Raymond Leo Burke.
[1] Ef 2, 13-22.
[2] «Was wird sich der junge Herrscher in diesem Augenblick erbitten? Erfolg
– Reichtum – langes Leben – Vernictung der Feinde? Nicht um diese Dinge bittet
er. Er bittet: „Verleih deinem Knecht ein hörendes Herz, damit er dein Volk zu
regieren und das Gute vom Bösen zu unterscheiden versteht“ (1 Kön 3, 9)» – Benedictus PP. XVI, Allocutio “Iter
apostolicum in Germaniam: ad Berolinensem foederatum coetum oratorum”, 22
Septembris 2011, Acta Apostolicae Sedis
103 (2011), p. 663 [doravante, Bundestag]. Tradução portuguesa: L’Osservatore Romano-Edição Semanal em
Português, 24 de Setembro 2011, p. 5 [doravante,
BundestagPort].
[3] «Politik
muss Mühen um Gerechtigkeit sein und so die Grundvoraussetzung für Frieden
schaffen.… Dem Recht zu dienen und der Herrschaft des Unrechts zu wehren ist
und bleibt die grundlegend Aufgabe des Politikers» – Bundestag, p. 664.
Tradução portuguesa: BundestagPort, p. 5.
[4] «...kann die Mehrheit
ein genügendes Kriterium sein» – Bundestag, p. 664. Tradução portuguesa:
BundestagPort, p. 5.
[5] «...in den Grundfragen des Rechts, in denen es um die Würde des Menschen
und der Menschheit geht»– Bundestag, p. 664. Tradução portuguesa:
BundestagPort, p. 5.
[6] «...Natur
und Vernunft als die wahren Rechtsquellen» – Bundestag, p. 665.
Tradução portuguesa: BundestagPort, p. 5.
[7] Cf. Roe v. Wade, 410 U.S. 113 (1973); Obergefell v. Hodges, 576 U.S. 644
(2015); e Bostock v. Clayton County, 590 U.S. __(2020).
[8] «…ad plenam maturitatem humanam et christianam…» – Ioannes
Paulus PP. II, Adhortatio Apostolica Familiaris consortio, “De Familiae
Christianae muneribus in mundo huius temporis”, 22 Novembris 1981, Acta Apostolicae Sedis 74 (1982), 823,
n. 2 [doravante, FC]. Tradução portuguesa: http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_19811122_familiaris-consortio.html.
[9] «Quam primum inducantur necesse est generalis
conscientiarum motus moralisque communis nisus, qui excitare valeant validum
sane opus ad vitam tuendam: omnibus nobis simul coniunctis nova exstuenda est
vitae cultura: nova, quae scilicet possit hodiernas de vita hominis ineditas
quaestiones suscipere atque solvere; nova, utpote quae acriore et alacriore
ratione omnium christianorum conscientiam permoveat; nova demum, quae
accommodata sit ad gravem animosamque culturalem suscitandam comparationem cum
omnibus. Huius culturalis conversionis necessitas coniungitur cum aetatis
nostrae historica rerum condicione, at praesertim inhaeret in ipso
evangelizandi munere quod proprium est Ecclesiae. Evangelium enim eo spectat
“ut perficiat interiorem mutationem” et “humanitatem novam efficiat”; est velut
fermentum quo pasta tota fermentatur (cfr Mt 13, 33), atque, qua tale,
perfundere debet omnes culturas easque intus pervadere, ut integram declarent
de homine deque eius vita veritatem» –
Ioannes Paulus PP. II, Litterae
encyclicae Evangelium vitae, “De
vitae humanae inviolabili bono”, 25 Martii 1995, Acta Apostolicae Sedis 87 (1995), 509, n. 95 [doravante, EV].
Tradução portuguesa: http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae.html.
[10] «… vitae cultura renovanda intra ipsas
christianas communitates» – EV, 509, n. 95.
Tradução portuguesa:
http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae.html.
[11] «…seiunctionem quandam inferunt inter
christianam fidem eiusque moralia circa vitam postulata, progredientes hac
ratione ad moralem quendam subiectivismum adque vivendi mores qui probari non
possunt» – EV, 509-510, n. 95. Tradução portuguesa: http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae.html.
[12] «Eo proprie ac proxime intendit christiana
educatio, ut, divina cum gratia conspirando, germanum atque perfectum
christianum efficiat hominem: ut Christum scilicet ipsum exprimat atque
effingat in illis qui sint Baptismate renati, ad illud Apostoli vividum:
“Filioli mei, quos iterum parturio, donec formetur Christus in vobis”. Vitam enim supernaturalem
germanus christianus vivere debet in Christo: “Christus, vita vestra”,
eandemque in omnibus rebus gerendis manifestare “ut et vita Iesu manifestetur in
carne nostra mortali”.
Quae cum
ita sint, summam ipsam humanorum actuum, quod attinet ad efficentiam sensuum et
spiritus, ad intellectum et ad mores, ad singulos et ad societatem domesticam
atque civilem, christiana educatio totam complectitur, non autem ut vel minime
exenuet, verum ut secundum Iesu Christi exempla et doctrinam extollat, regat,
perficiat.
Itaque verus christianus,
christiana educatione conformatus, alius non est ac supernaturalis homo, qui
sentit, iudicat, constanter sibique congruenter operatur, ad rectam rationem,
exemplis doctrinaque Iesu Christi supernaturaliter collustratam: scilicet, homo
germana animi firmitate insignis. Neque enim quisquis sibi consentit et sui
propriique tenax propositi agit, is solido ingenio est, sed unus ille qui
aeternas iustitiae rationes sequitur, ut agnovit ethnicus ipse poëta, “iustum”
una simul “et tenacem propositi virum” extollens; quae, ceterum, iustitiae
rationes integre servari nequeunt, nisi Deo tribuatur – ut fit a vero
christiano – quidquid Deo debetur» – Pius PP. XI, Litterae Encyclicae Divini Illius Magistri, “De Christiana iuventutis educatione,” 31
Decembris 1929, Acta Apostolicae Sedis
22 (1930), 83. Tradução portuguesa:
https://www.vatican.va/content/pius-xi/pt/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_31121929_divini-illius-magistri.html.
[13] «…christiana enim
familia est prima communitas, cuius est Evangelium personae humanae crescent
annuntiare eamque progrediente educatione et catechesi ad plenam maturitatem
humanam et christianam perducere» – FC, 823, n. 2. Tradução portuguesa: http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_19811122_familiaris-consortio.html.
[14] Jo 4, 24.
[15] «Parentes, cum vitam filiis contulerint, prolem educandi gravissima obligatione tenentur et ideo primi et praecipui eorum educatores agnoscendi sunt. Quod munus educationis tanti ponderis est ut, ubi desit, aegre suppleri possit. Parentum enim est talem familiae ambitum amore, pietate erga Deum et homines animatum creare qui integrae filiorum educationi personali et sociali faveat. Familia proinde est prima schola virtutum socialium quibus indigent omnes societates. Maxime vero in christiana familia, matrimonii sacramenti gratia et officio ditata, filii iam a prima aetate secundum fidem in baptismo receptam Deum percipere et colere atque proximum diligere doceantur oportet...» – Sacrosanctum Concilium Oecumenicum Vaticanum II, Declaratio Gravissimum educationis, “De Educatione Christiana”, 28 Octobris 1965, Acta Apostolicae Sedis 58 (1966), 731, n. 3. Tradução portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II, Documentos conciliares. Constituições– Decretos – Declarações, Coimbra, Gráfica de Coimbra, 1998, p. 203, e também: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_gravissimum-educationis_po.html
[16] 1 Rs 3, 9.
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«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
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