Vivendo num mundo que, a cada dia
que passa, mais “soluções” apresenta para as gerações cada vez mais desejosas
de rápidas respostas e de opções aparentemente fáceis, para nós, católicos, a
única opção que se pode considerar como sendo segura e verdadeira é a que
passa pelo caminho da Cruz. Assim, e como forma de incentivo, partilhamos, de
seguida, um breve texto que uma leitora nos fez chegar. Confiámo-lo à protecção
de Nossa Senhora e, neste dia da festa de Cristo Rei, pedimos-lhe que nos ajude
a sermos fiéis ao Reinado de Nosso Senhor.
«Anunciei-vos estas coisas para que, em mim, tenhais a
paz. No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»
(Jo 16, 33). Cada ser humano, ao longo da sua vida, enfrentou ou enfrentará
batalhas espirituais, sendo que existem duas opções: ou desistimos ou lutamos e
seguimos em frente. Durante 16 anos da minha vida, achei que o caminho que
estava a seguir era o correcto, mas enganei-me. O verdadeiro caminho é o caminho
de Deus, não outro.
Por vezes, a nossa vida é um mar de escuridão que não desaparece e, nessas
situações, achamos que o ideal será obter respostas mais rapidamente, pois o
que pretendemos é que essa escuridão se transforme em luz e perceber o motivo
pelo qual estamos a atravessar tamanho sofrimento. Somos seres-humanos e, como
tal, cometemos erros, somos frágeis, não conseguimos superar obstáculos, entramos
em depressão e, certas vezes, em colapso emocional. Há momentos em que não
conseguimos explicar a dor que sentimos, o vazio, a tristeza que invade a nossa
alma, há momentos assim, momentos que podem durar horas, momentos que podem
durar dias, meses ou até mesmo anos. Madre Teresa de Calcutá, durante cinquenta anos, vivenciou um
vazio espiritual. Contou ela: «Chamo, aferro-me, quero e ninguém me
responde. Quando tento elevar os meus pensamentos ao céu, há tal convicção de
vazio que esses mesmos pensamentos retornam como facas afiadas e danificam a minha
alma». Pegando no seu exemplo, ao longo da nossa vida experienciamos
estes momentos, um vazio interior sem explicação, uma espécie de buraco negro –
acredita-se que esteja relacionado com o fim de vida de uma estrela, isto é,
esta torna-se instável, entra em colapso e explode, transformando-se, assim,
num conhecido buraco negro. Podem questionar o porquê desta analogia, podem até
achar que não faz qualquer tipo de sentido, todavia é interessante. E porquê?
Nós, humanos, em certas circunstâncias da vida, somos essa estrela, ou seja,
deparámo-nos com situações difíceis de resolver, entramos em colapso espiritual
e a nossa alma parece que desvanece, parece que ficamos sem rumo, que demos
início a um vazio infinito que se torna numa escuridão sem sentido. Pois bem,
podia dar-vos a conhecer um livro que inclui tudo o que precisamos de saber e
fazer para terminar com tamanho sofrimento, para eliminar por completo o vazio
espiritual, mas não existe: a única solução, o único caminho, a única “luz ao
fundo do túnel” é a Palavra de Deus.
«Cristo Crucificado fez do seu corpo uma escada, a fim de que subamos às
alturas da vida celeste» (Santa Catarina de Sena). Nesta citação,
podemos encontrar a nossa resposta, mas poderão questionar-se de que forma. É
simples, mas, ao mesmo tempo, complexo, pois encarar a situação e vivenciá-la torna-se
numa tarefa árdua. Jesus sofreu, carregou a sua cruz, foi crucificado e morreu
nela por nós, que somos eternos pecadores, e Ele sabia que a vida terrena nada
se compara à vida celeste, à própria eternidade. Por vezes, a resposta não é
óbvia, por muito que rezemos, por muitas orações que façamos, a resposta pode
não existir, mas isso não significa que Deus não nos ouça. Deus ouvir-nos-á
sempre, nós é que não o ouvimos, ou melhor, nós não o escutamos e, muitas das
vezes, quando sentimos o nosso mundo a desabar, quando o vazio se propaga
rapidamente na nossa alma, achamos que o ideal é a procura apressada de
respostas tal e qual como a propagação desta escuridão. Todavia, e falo por
experiência própria, essa procura muitas das vezes leva-nos a determinados
locais e pessoas que não seguem o caminho de Deus e nessas situações o mais
correcto a fazer é fugir e não olhar para trás.
Maria Martins
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