8 de
Setembro de 2020
Natividade de Nossa Senhora
Natividade de Nossa Senhora
Quem
acredita que pode merecer a glória do Paraíso com uma vida medíocre, saiba que
está no caminho errado: Regnum caelorum vim patitur et violenti rapiunt
illud (Mt 11, 12). Nas palavras fortes do Evangelho, compreendemos que só
os violentos podem, de alguma forma, ganhar a Justiça de Deus e conquistar
o prémio graças à Sua infinita Misericórdia. Uma violência, uma força que,
certamente, não é a do mundo, mas que consiste, sobretudo, em reconhecer a
nossa indignidade – como criaturas mortais perante o Ser incriado e eterno e como
pecadores perante o Santo dos Santos – e a omnipotência de Deus, que se dignou redimir-nos
com a Paixão e a Morte do Seu divino Filho. Na verdade, diria que o primeiro acto
desta sublime violência para conquistar o Reino dos Céus foi realizado
por Nosso Senhor que, na eternidade dos tempos, quis restaurar a queda de Adão
oferecendo-Se ao Pai para nos resgatar do pecado e da morte: Tunc dixi: Ecce
venio. In capite libri scriptum est de me, ut faciam Deus voluntatem tuam
(Sl 39, 8-10). Da mesma forma, Nossa Senhora também respondeu Ecce ancilla
Domini: fiat mihi secundum verbum tuum (Lc 1, 38) ao Arcanjo Gabriel.
Esta é a violência
que abana as portas do Céu: a força da humildade e do sacrifício, a exemplo de
Cristo e da Sua Santíssima Mãe. A Qual, Medianeira de todas as graças, soube
obter, da Misericórdia de Deus, o que a Justiça teria recusado. É a Ela, nossa
Advogada, que dirigimos a nossa fervorosa oração com a certeza de sermos
ouvidos: Memorare, o piissima Virgo Maria, non esse auditum a saeculo
quemquam ad tua currentem praesidia, tua implorantem auxilia, tua petentem
suffragia esse derelictum.
Na recitação do Rosário, invocamos a Santíssima Virgem com três orações muito simples, tão fáceis que podem ser recitadas até por uma criança: o Pater noster, a Ave Maria e o Gloria Patri. E, à medida que repetimos essas orações, meditamos nos Mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, concentrando a nossa mente nas doces palavras que pronunciamos com os lábios. Toda a doutrina católica é resumida nas três orações; toda a doutrina mariana é proclamada na Ave Maria. E com aquelas palavras, que sobem ao glorioso trono no qual se senta, como Rainha, a nossa Mãe, comove-se toda a Corte celeste, o Sacratíssimo Coração de Jesus é tocado de compaixão, é parado o braço da Justiça divina.
Na recitação do Rosário, invocamos a Santíssima Virgem com três orações muito simples, tão fáceis que podem ser recitadas até por uma criança: o Pater noster, a Ave Maria e o Gloria Patri. E, à medida que repetimos essas orações, meditamos nos Mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, concentrando a nossa mente nas doces palavras que pronunciamos com os lábios. Toda a doutrina católica é resumida nas três orações; toda a doutrina mariana é proclamada na Ave Maria. E com aquelas palavras, que sobem ao glorioso trono no qual se senta, como Rainha, a nossa Mãe, comove-se toda a Corte celeste, o Sacratíssimo Coração de Jesus é tocado de compaixão, é parado o braço da Justiça divina.
Recorramos,
pois, à recitação do Santo Rosário, queridos irmãos e irmãs, neste momento de
tribulação e de crise. Façamos também nós violência ao Céu com a força
infalível da oração que a Santíssima Virgem ensinou a São Domingos e que, ao
longo dos séculos, conseguiu a conversão dos pecadores, a salvação das Nações,
a derrota do Inimigo.
São Pio V
mandou os fiéis recitarem o Rosário para implorar a Deus a vitória na épica
batalha que opôs a Armada Cristã aos Turcos nas águas de Lepanto: ainda hoje,
ao meio-dia, nas nossas cidades, tocam os sinos em memória do 7 de Outubro de 1571.
O Senado da República de Veneza quis homenagear a Rainha das Vitórias gravando
estas palavras no Palácio Ducal: Não o valor, não as armas, não os comandantes,
mas a Senhora do Santo Rosário fez-nos vencedores. Também nós, que combatemos, sem um exército organizado, uma batalha ainda mais sangrenta contra um inimigo bem
mais temível, devemos recorrer ao Rosário com a mesma confiança que armava o
braço dos valerosos comandantes de Lepanto.
Rezemos
pelos Estados Unidos da América; rezemos pelo nosso Presidente; rezemos pela
sua vitória, que o Senhor Deus dos Exércitos – Dominus Deus Sabaoth –
lhe concederá se souber colocar-se sob a Sua protecção e quiser tornar-se paladino
dos justos e defensor dos oprimidos. Rezemos para que venham à tona as
armadilhas que o inimigo invisível trama nas sombras e que sejam derrotados
aqueles que querem promover o vício e o pecado, a rebelião contra os
Mandamentos de Deus e as próprias leis da natureza. Rezemos, com a confiança dos
filhos que recorrem gementes et flentes à sua Rainha, para que interceda
junto do seu divino Filho e nos obtenha a graça de ver a amada Nação americana
e o mundo inteiro protegidos, defendidas as nossas famílias, derrotados os nossos
adversários. Escreveremos também nós: Não o valor, não o poder dos media, não
os recursos económicos, mas Nossa Senhora do Santo Rosário fez-nos vencedores.
E que assim seja.
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo
1 Comentários
"Bendito o que vem em nome do Senhor"!
ResponderEliminar«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
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