Publica-se, a pedido do próprio, um
comunicado do Arcebispo Carlo Maria Viganò no seguimento da revogação da adesão
do Cardeal Robert Sarah ao «Apelo para a Igreja e para o mundo».
Neste
momento de gravíssima crise que atravessa a Igreja e o mundo, é meu desejo
manter uma atitude de profunda caridade em relação ao meu irmão em Cristo, o Cardeal
Robert Sarah, a quem perdoei imediatamente o grave erro que cometeu
relativamente à verdade e à minha pessoa. Uma caridade autêntica não pode, no
entanto, prescindir da verdade, porque tem nela o seu fundamento. Tenho,
portanto, o dever, também para uma correcção fraterna, de revelar a sucessão dos
factos, tal como ocorridos, em relação à assinatura da parte do Cardeal Sarah ao
Apelo.
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE MAIO, 16H00
Tive uma conversa telefónica com Sua Eminência o Cardeal Sarah. A chamada foi gravada e durou 6 minutos e 25 segundos.
A propósito do texto do Apelo, o Cardeal declara: «Parece-me uma coisa muito séria. Penso que este Apelo poderá fazer muito bem, porque nos fará reflectir e tomar posição: concordo que seja publicado o mais rápido possível».
Perguntei, então, a Sua Eminência se tinha intenção de colocar a sua assinatura. O Cardeal respondeu: «Sim, dou o meu consentimento para colocar o meu nome, porque é uma luta que devemos conduzir juntos, não apenas pela Igreja Católica, mas por toda a humanidade».
QUINTA-FEIRA, 7 DE MAIO
Às 08h43, telefonei a Sua Eminência para lhe perguntar se tinha um número de telefone do Cardeal Gerhard Ludwig Müeller, que, posteriormente, me enviou gentilmente por SMS. Durante esta chamada, que durou 4 minutos, o Cardeal Sarah não fez referência alguma à sua vontade de retirar a assinatura.
Às 15h00, iniciei a transmissão do texto do Apelo às Agências Noticiosas, aos Blogues e a vários jornais, com a lista dos subscritores, incluindo a subscrição do Cardeal Sarah.
Às 17h48, recebi um SMS do Cardeal, do qual só tive conhecimento cerca de uma hora e meia depois. No momento do envio da mensagem, estava totalmente absorto nas operações de divulgação do Apelo e não me apercebi a chegada da mensagem de Sua Eminência e, portanto, não pude tomar imediato conhecimento do seu conteúdo.
Às 19h37, o Cardeal telefonou-me para perguntar se eu tinha visto a sua mensagem. Respondi-lhe que não.
Este é o texto da mensagem que me foi enviada pelo Cardeal: «Excelência Caríssima, como ainda estou em funções na Cúria Romana, uma pessoa amiga aconselhou-me a não assinar o Apelo por si proposto. Desta vez, talvez fosse melhor retirar o meu nome. Lamento muito. Conhece a minha amizade e a minha proximidade à sua pessoa. Obrigado pela sua compreensão. Robert Card. Sarah».
O Cardeal informou-me, no seu telefonema, que pretendia remover o seu nome da subscrição. Sentido e desolado, indiquei a Sua Eminência que o Apelo e as assinaturas já tinham sido difundidos “universalmente” há mais de quatro horas. A conversa terminou sem que Sua Eminência me pedisse ou sugerisse alguma solução.
Poder-se-ia ter, por exemplo, concordado um “comunicado conjunto” para tornar pública a decisão do Cardeal de remover a sua assinatura. Nada disso foi feito. Despedimo-nos cordialmente com sentimentos de estima e de recíproco sustento. Perante esta situação de facto, para a qual nem ele nem eu conseguimos encontrar uma solução, permiti-me encorajar Sua Eminência, consciencializando-o de quanto a sua adesão ao Apelo seria reconfortante e encorajadora para tantos fiéis.
Com surpresa e profundo desgosto, soube mais tarde que Sua Eminência fez uso da sua conta no Twitter, sem me avisar previamente, para publicar declarações que prejudicam seriamente a verdade e a minha pessoa.
Lamento muito que este acontecimento, devido à fraqueza humana, e pelo qual não tenho qualquer ressentimento contra a pessoa que o provocou, tenha de desviar a atenção daquilo com que nos devemos seriamente preocupar neste momento dramático.
Confirmo que o nome de Sua Eminência o Cardeal Robert Sarah foi imediatamente removido do site oficial do Apelo, como se pode verificar em veritasliberabitvos.info.
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo, Núncio Apostólico
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE MAIO, 16H00
Tive uma conversa telefónica com Sua Eminência o Cardeal Sarah. A chamada foi gravada e durou 6 minutos e 25 segundos.
A propósito do texto do Apelo, o Cardeal declara: «Parece-me uma coisa muito séria. Penso que este Apelo poderá fazer muito bem, porque nos fará reflectir e tomar posição: concordo que seja publicado o mais rápido possível».
Perguntei, então, a Sua Eminência se tinha intenção de colocar a sua assinatura. O Cardeal respondeu: «Sim, dou o meu consentimento para colocar o meu nome, porque é uma luta que devemos conduzir juntos, não apenas pela Igreja Católica, mas por toda a humanidade».
QUINTA-FEIRA, 7 DE MAIO
Às 08h43, telefonei a Sua Eminência para lhe perguntar se tinha um número de telefone do Cardeal Gerhard Ludwig Müeller, que, posteriormente, me enviou gentilmente por SMS. Durante esta chamada, que durou 4 minutos, o Cardeal Sarah não fez referência alguma à sua vontade de retirar a assinatura.
Às 15h00, iniciei a transmissão do texto do Apelo às Agências Noticiosas, aos Blogues e a vários jornais, com a lista dos subscritores, incluindo a subscrição do Cardeal Sarah.
Às 17h48, recebi um SMS do Cardeal, do qual só tive conhecimento cerca de uma hora e meia depois. No momento do envio da mensagem, estava totalmente absorto nas operações de divulgação do Apelo e não me apercebi a chegada da mensagem de Sua Eminência e, portanto, não pude tomar imediato conhecimento do seu conteúdo.
Às 19h37, o Cardeal telefonou-me para perguntar se eu tinha visto a sua mensagem. Respondi-lhe que não.
Este é o texto da mensagem que me foi enviada pelo Cardeal: «Excelência Caríssima, como ainda estou em funções na Cúria Romana, uma pessoa amiga aconselhou-me a não assinar o Apelo por si proposto. Desta vez, talvez fosse melhor retirar o meu nome. Lamento muito. Conhece a minha amizade e a minha proximidade à sua pessoa. Obrigado pela sua compreensão. Robert Card. Sarah».
O Cardeal informou-me, no seu telefonema, que pretendia remover o seu nome da subscrição. Sentido e desolado, indiquei a Sua Eminência que o Apelo e as assinaturas já tinham sido difundidos “universalmente” há mais de quatro horas. A conversa terminou sem que Sua Eminência me pedisse ou sugerisse alguma solução.
Poder-se-ia ter, por exemplo, concordado um “comunicado conjunto” para tornar pública a decisão do Cardeal de remover a sua assinatura. Nada disso foi feito. Despedimo-nos cordialmente com sentimentos de estima e de recíproco sustento. Perante esta situação de facto, para a qual nem ele nem eu conseguimos encontrar uma solução, permiti-me encorajar Sua Eminência, consciencializando-o de quanto a sua adesão ao Apelo seria reconfortante e encorajadora para tantos fiéis.
Com surpresa e profundo desgosto, soube mais tarde que Sua Eminência fez uso da sua conta no Twitter, sem me avisar previamente, para publicar declarações que prejudicam seriamente a verdade e a minha pessoa.
Lamento muito que este acontecimento, devido à fraqueza humana, e pelo qual não tenho qualquer ressentimento contra a pessoa que o provocou, tenha de desviar a atenção daquilo com que nos devemos seriamente preocupar neste momento dramático.
Confirmo que o nome de Sua Eminência o Cardeal Robert Sarah foi imediatamente removido do site oficial do Apelo, como se pode verificar em veritasliberabitvos.info.
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo, Núncio Apostólico
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«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.