O Dies Iræ publica, a pedido do autor,
um minucioso artigo sobre o momento actual.
Tanto a perspectiva histórica como a
análise rigorosa dos factos favorecem uma lúcida e objectiva percepção da
realidade presente e futura. Por isso, dizia o nosso grande Padre António
Vieira: «Se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se
que no passado e no futuro se vê o presente, porque o presente é futuro do
passado, e o mesmo presente é o passado do futuro»[1].
Há cerca de três décadas, ruiu o muro de Berlim e desmoronou-se, com estrondo e vergonha, o mundo soviético, ponta de lança do imperialismo comunista, o qual propugnava a implantação de Estados totalitários no mundo inteiro, os quais, por sua vez, haveriam de conduzir a humanidade a uma “igualdade” absoluta entre todos os homens e a uma radical “liberdade”. O igualitarismo radical e anárquico era a sua meta última. Não se pense, porém, que tal meta foi, depois disso, abandonada. A queda do muro não foi, ao contrário do que muitos disseram, o canto de cisne do comunismo. Persistiram sob o mesmo jugo totalitário a Coreia do Norte, o Vietname, Cuba, a China Maoista, a Venezuela e muitos outros países, sobretudo em África...
Vinte anos antes da queda do comunismo soviético, já fora anunciada, para quem quisesse ver, uma das metamorfoses que deveria sofrer o colectivismo. Foi em Paris que se deu este anúncio, em Maio de 68. A Revolução Cultural então propugnada visava transformar radicalmente as mentalidades, constituindo um novo capítulo da guerra psicológica revolucionária. Tratava-se de uma guerra de conquista psicológica total, visando o homem na sua integridade.
Uma das modalidades dessa guerra psicológica pós-Sorbonne, que numerosos autores socialistas[2] e comunistas passaram a reconhecer como indispensável para escapar ao pântano em que se afundara o comunismo, que acabara por revelar toda a sua hedionda fisionomia sanguinária, entre “gulags”, deportações em massa, genocídios e campos de trabalhos forçados, seria uma silenciosa e sorrateira transformação operada agora na vida quotidiana dos países “capitalistas”; nos seus costumes, mentalidades, modos de ser, de sentir, de viver... Tal transformação prepararia, então, as mudanças sócio-económicas destinadas a submeter totalmente as consciências ao todo-poderoso Estado totalitário.
Esta fase revolucionária, então desencadeada, é, na verdade, uma subtil guerra psicológica e tendencial que pretende tornar possível a tão almejada utopia igualitária e libertária. Sem estas mudanças, as vitórias revolucionárias no campo político-ideológico tornar-se-iam necessariamente efémeras, pois a reacções inevitavelmente suscitadas pela implantação do totalitarismo colectivista serão sempre um empecilho para o avanço do projecto[3].
Há cerca de três décadas, ruiu o muro de Berlim e desmoronou-se, com estrondo e vergonha, o mundo soviético, ponta de lança do imperialismo comunista, o qual propugnava a implantação de Estados totalitários no mundo inteiro, os quais, por sua vez, haveriam de conduzir a humanidade a uma “igualdade” absoluta entre todos os homens e a uma radical “liberdade”. O igualitarismo radical e anárquico era a sua meta última. Não se pense, porém, que tal meta foi, depois disso, abandonada. A queda do muro não foi, ao contrário do que muitos disseram, o canto de cisne do comunismo. Persistiram sob o mesmo jugo totalitário a Coreia do Norte, o Vietname, Cuba, a China Maoista, a Venezuela e muitos outros países, sobretudo em África...
Vinte anos antes da queda do comunismo soviético, já fora anunciada, para quem quisesse ver, uma das metamorfoses que deveria sofrer o colectivismo. Foi em Paris que se deu este anúncio, em Maio de 68. A Revolução Cultural então propugnada visava transformar radicalmente as mentalidades, constituindo um novo capítulo da guerra psicológica revolucionária. Tratava-se de uma guerra de conquista psicológica total, visando o homem na sua integridade.
Uma das modalidades dessa guerra psicológica pós-Sorbonne, que numerosos autores socialistas[2] e comunistas passaram a reconhecer como indispensável para escapar ao pântano em que se afundara o comunismo, que acabara por revelar toda a sua hedionda fisionomia sanguinária, entre “gulags”, deportações em massa, genocídios e campos de trabalhos forçados, seria uma silenciosa e sorrateira transformação operada agora na vida quotidiana dos países “capitalistas”; nos seus costumes, mentalidades, modos de ser, de sentir, de viver... Tal transformação prepararia, então, as mudanças sócio-económicas destinadas a submeter totalmente as consciências ao todo-poderoso Estado totalitário.
Esta fase revolucionária, então desencadeada, é, na verdade, uma subtil guerra psicológica e tendencial que pretende tornar possível a tão almejada utopia igualitária e libertária. Sem estas mudanças, as vitórias revolucionárias no campo político-ideológico tornar-se-iam necessariamente efémeras, pois a reacções inevitavelmente suscitadas pela implantação do totalitarismo colectivista serão sempre um empecilho para o avanço do projecto[3].
Ora, aconteceu precisamente que, ao
longo dos últimos trinta anos, se difundiu pelo mundo um grande movimento de
resistência à dita agenda única, que se tornara a principal promotora do
aborto, da eutanásia, da união e adopção homossexual, da ideologia de género,
do ecologismo, do animalismo, etc.. Países com grande importância na
geopolítica mundial viram a sua opinião pública despertar da letargia em que
caíra e eleger políticos que se apresentavam, de algum modo, como opositores da
dita agenda. Nesse sentido, pode-se afirmar que a revolução perdeu terreno.
Enquanto tudo isto acontecia, o gigante
chinês, alentado pelas faraónicas concessões ocidentais, a partir da visita de
Nixon à China, em 1972[4],
pelos suicidários acordos de Xangai[5],
e por uma parcial liberalização interna da iniciativa privada – sob a forma de
verdadeiro “capitalismo selvagem” – e sem nada abandonar do seu comunismo
totalitário e ferreamente despótico, começou a tomar posição claramente
dominante no panorama internacional[6],
com o objectivo – nas palavras de Xi Jinping –, de «recuperar todo o poder da
China imperial». As nações ocidentais «estúpidas e decadentes» passaram a
colaborar entusiasticamente para fortalecer ao máximo a potência amarela[7].
Esta, de seu lado, dedicou-se, entretanto, a incrementar o seu potencial
bélico, sempre servido pelo portentoso aparato de um partido com os seus
alegados 90 milhões de membros, e avançou em todo o mundo para a aquisição de
incontáveis bancos, empresas, sociedades comerciais, tecnologia de ponta,
matérias-primas e bens de toda a espécie. Começaram a instalar bases militares,
no estratégico porto de Djibuti (Mar Vermelho), no sul da Argentina, no norte
do Afeganistão, em numerosas ilhas e atóis do Índico e do Pacífico, além de
diversos pontos da chamada “Rota da Seda”. Também passaram a controlar pontos
estratégicos do planeta, em troca de infraestruturas que os países
necessitavam, mas não conseguiam pagar. É o caso do porto mais importante do
Sri Lanka, da linha de caminho-de-ferro de Benguela, em Angola, de diversas
obras em Moçambique, do porto do Pireu na Grécia ou do aeroporto de Toulouse,
em França. Dez por cento dos portos europeus passaram, deste modo, para
controlo chinês.
Um povo disciplinado ferreamente pela estatolatria, e acolhido benevolamente pela OMC, despejou pelo mundo inteiro os seus produtos – muitíssimos deles contrafeitos e a preços irrecusáveis – assim competindo de forma arrasadora na economia de mercado. Competição muitas vezes desleal, dado o baixíssimo custo da sua mão-de-obra, que não se vê como qualificar senão como “escrava”.
Assim, pois, o mínimo que se poderia esperar de tal potência – dotada agora de um incrível poderio militar – é que procurasse a expansão da sua influência e da sua ideologia numa colossal manobra geopolítica.
Um povo disciplinado ferreamente pela estatolatria, e acolhido benevolamente pela OMC, despejou pelo mundo inteiro os seus produtos – muitíssimos deles contrafeitos e a preços irrecusáveis – assim competindo de forma arrasadora na economia de mercado. Competição muitas vezes desleal, dado o baixíssimo custo da sua mão-de-obra, que não se vê como qualificar senão como “escrava”.
Assim, pois, o mínimo que se poderia esperar de tal potência – dotada agora de um incrível poderio militar – é que procurasse a expansão da sua influência e da sua ideologia numa colossal manobra geopolítica.
Ora, precisamente neste ano de 2020,
encontramos de súbito, como num imprevisto passe de mágica, o modus vivendi chinês implantado em quase
todo o Ocidente. Com efeito, desde que se disseminou a nova e perigosa gripe
que teve origem naquele país, as populações viram-se, de repente, confinadas em
casa, sem liberdade de ir e vir, e numa total dependência da vontade do Estado.
As próprias igrejas foram fechadas e os fiéis privados dos sacramentos, até
mesmo os moribundos. Justamente durante a Quaresma, a Semana Santa e a Páscoa,
cujas cerimónias litúrgicas foram banidas das igrejas[8]...
Tal como na China, as liberdades em geral tornaram-se absolutamente restritas e controladas pelo poder central. Esta crise, empolada ad nauseam pelos media[9], desencadeará inevitavelmente uma gravíssima crise económica em todo o Ocidente, já confirmada pelos mais abalizados economistas, que levará os povos ocidentais a dependerem ainda mais dos respectivos Estados e, sobretudo, de uma China, súbita e surpreendentemente curada da gripe, e que aparece, de repente, a controlar toda a economia global de um mundo sem fronteiras.
Curiosamente, em todo o mundo ocidental, os partidos da esquerda, de centro-esquerda e ecologistas, parecem perceber que tudo isto leva justamente aonde eles queriam. O “Courrier internacional”, corifeu da esquerda internacional, suplemento do Le Monde, que em Portugal é uma revista mensal, tem afirmado reiteradamente que só o pânico poderá alterar a forma de viver dos consumistas[10]. Numa das suas capas chegou a perguntar solenemente se não terá chegado o momento de impor ao mundo a agenda climática, com a supressão de certas liberdades públicas.
O securitarismo hodierno pretende a todo o custo ver na OMS um oráculo da verdade. O seu director-geral declarou, há algumas semanas, que a presente gripe constituía uma pandemia. As tubas dos media continuam a dar repetido eco às suas palavras de tons apocalípticos. Convém não esquecer, contudo, que este senhor é um marxista militante, que foi ministro da saúde da Etiópia, envolvido em diversas controvérsias no seu país, como a de ter encoberto epidemias de cólera e de estar acusado de graves escândalos de corrupção fiscal. Outro pormenor inquietante: o governo comunista chinês não deixou de manifestar especial regozijo aquando da sua nomeação como director-geral da OMS.
Por outro lado, convém não deixar de sublinhar que o COVID-19, embora provoque elevada mortalidade, não se aproxima, nem de longe, dos números de outras epidemias, como foi o caso da tuberculose e da gripe espanhola ou pneumónica. Esta matou 50 milhões de pessoas e infectou mais de um terço da população mundial, nos anos de 1918 e 1919[11], causando mais mortes do que a I Guerra Mundial. Por sua vez, a gripe H1N1 matou entre 200 e 400 mil pessoas segundo diversas estimativas, só no ano de 2009[12]. Na última década, houve um aumento dramático do número de variantes graves do vírus influenza, que entra na população humana a partir de reservatórios animais.
Convém referir ainda que a gripe do COVID-19 atinge de modo especialmente letal ou perigoso aqueles que já estão fragilizados por diversos outros motivos e, embora ainda não exista uma vacina, a esmagadora maioria dos infectados – mais de 80% [13] – recupera-se naturalmente pela reacção dos seus próprios anticorpos ou por medicamentos já disponíveis para doenças afins, mas altamente eficazes contra o coronavírus[14].
No entanto, o diktat da imprensa e de muitos governantes, contrariando a opinião de abalizados cientistas, é de que se torna indispensável impor uma drástica quarentena, confinamento em casa e cordões sanitários em torno das cidades, obrigando ao encerramento da maior parte das empresas. Tal paralização, que muitos especialistas qualificam como contraproducente do ponto de vista epidemiológico[15], produzirá inevitavelmente consequências económicas catastróficas, com as suas sequelas de desemprego, fome, desordens sociais e até guerras. Ao mesmo tempo, de cá e de lá, vão surgindo melífluas vozes de sereia a anunciar o advento de uma radical mudança de paradigma social e económico no mundo inteiro, rumo a uma sociedade claramente miserabilista. Outros vão dizendo que o mundo jamais será o mesmo e que teremos de alterar radicalmente, nesse mesmo sentido, os nossos hábitos.
Tal como na China, as liberdades em geral tornaram-se absolutamente restritas e controladas pelo poder central. Esta crise, empolada ad nauseam pelos media[9], desencadeará inevitavelmente uma gravíssima crise económica em todo o Ocidente, já confirmada pelos mais abalizados economistas, que levará os povos ocidentais a dependerem ainda mais dos respectivos Estados e, sobretudo, de uma China, súbita e surpreendentemente curada da gripe, e que aparece, de repente, a controlar toda a economia global de um mundo sem fronteiras.
Curiosamente, em todo o mundo ocidental, os partidos da esquerda, de centro-esquerda e ecologistas, parecem perceber que tudo isto leva justamente aonde eles queriam. O “Courrier internacional”, corifeu da esquerda internacional, suplemento do Le Monde, que em Portugal é uma revista mensal, tem afirmado reiteradamente que só o pânico poderá alterar a forma de viver dos consumistas[10]. Numa das suas capas chegou a perguntar solenemente se não terá chegado o momento de impor ao mundo a agenda climática, com a supressão de certas liberdades públicas.
O securitarismo hodierno pretende a todo o custo ver na OMS um oráculo da verdade. O seu director-geral declarou, há algumas semanas, que a presente gripe constituía uma pandemia. As tubas dos media continuam a dar repetido eco às suas palavras de tons apocalípticos. Convém não esquecer, contudo, que este senhor é um marxista militante, que foi ministro da saúde da Etiópia, envolvido em diversas controvérsias no seu país, como a de ter encoberto epidemias de cólera e de estar acusado de graves escândalos de corrupção fiscal. Outro pormenor inquietante: o governo comunista chinês não deixou de manifestar especial regozijo aquando da sua nomeação como director-geral da OMS.
Por outro lado, convém não deixar de sublinhar que o COVID-19, embora provoque elevada mortalidade, não se aproxima, nem de longe, dos números de outras epidemias, como foi o caso da tuberculose e da gripe espanhola ou pneumónica. Esta matou 50 milhões de pessoas e infectou mais de um terço da população mundial, nos anos de 1918 e 1919[11], causando mais mortes do que a I Guerra Mundial. Por sua vez, a gripe H1N1 matou entre 200 e 400 mil pessoas segundo diversas estimativas, só no ano de 2009[12]. Na última década, houve um aumento dramático do número de variantes graves do vírus influenza, que entra na população humana a partir de reservatórios animais.
Convém referir ainda que a gripe do COVID-19 atinge de modo especialmente letal ou perigoso aqueles que já estão fragilizados por diversos outros motivos e, embora ainda não exista uma vacina, a esmagadora maioria dos infectados – mais de 80% [13] – recupera-se naturalmente pela reacção dos seus próprios anticorpos ou por medicamentos já disponíveis para doenças afins, mas altamente eficazes contra o coronavírus[14].
No entanto, o diktat da imprensa e de muitos governantes, contrariando a opinião de abalizados cientistas, é de que se torna indispensável impor uma drástica quarentena, confinamento em casa e cordões sanitários em torno das cidades, obrigando ao encerramento da maior parte das empresas. Tal paralização, que muitos especialistas qualificam como contraproducente do ponto de vista epidemiológico[15], produzirá inevitavelmente consequências económicas catastróficas, com as suas sequelas de desemprego, fome, desordens sociais e até guerras. Ao mesmo tempo, de cá e de lá, vão surgindo melífluas vozes de sereia a anunciar o advento de uma radical mudança de paradigma social e económico no mundo inteiro, rumo a uma sociedade claramente miserabilista. Outros vão dizendo que o mundo jamais será o mesmo e que teremos de alterar radicalmente, nesse mesmo sentido, os nossos hábitos.
Neste ponto, seria oportuno
regressarmos a uma perspectiva histórica, olhando para o início do século XX,
quando outra gripe, chamada espanhola ou pneumónica, de facto causou uma
verdadeira hecatombe. Duas das suas vítimas foram precisamente os pequeninos
pastores a quem Nossa Senhora aparecera: Francisco e Jacinta Marto.
Num lugar perdido da Serra d’Aire, um acontecimento histórico acabara de colocar Portugal novamente no centro da História, no ano de 1917. Foram as aparições de Nossa Senhora em Fátima, exactamente quando rebentava na Rússia a revolução bolchevique. O milagre do Sol, as previsões sobre as guerras mundiais, sobre a expansão dos erros do comunismo e futura conversão da Rússia marcaram uma impressionante manifestação da misericórdia divina. A Mãe de Deus viera pedir uma verdadeira conversão dos povos, num grande movimento de oração e penitência, que afastasse para longe as calamidades da guerra, das revoluções e da fome, – embora se dirigisse a três crianças de um lugarejo perdido, que nem sequer sabiam o que a palavra Rússia significava.
Sempre foi doutrina da Igreja que a peste, a fome e a guerra[16] (Jer 29, 17) são castigos de Deus, provocados pela infidelidade dos homens ao seu Criador. «As guerras não são senão castigos pelos pecados dos homens» dizia a pequena Jacinta, hoje elevada às honras dos altares.
Esta é outra chave para analisar os acontecimentos dos nossos dias: a chave sobrenatural. O grande ausente das tubas dos media, das considerações da maioria dos governantes, e até, infelizmente, dos próprios homens da Igreja, é Deus nosso Senhor. O homem moderno, cada vez mais descrente, despreza qualquer consideração que ultrapasse a linha do puramente horizontal, natural, prosaico e terreno. As análises dos números, referentes à saúde pública, à economia, à geopolítica, à educação, etc., omitem como despiciendas quaisquer referências ao Criador dos Céus e da Terra.
As Igrejas foram fechadas. Os sacramentos quase completamente negados, até mesmo aos infelizes moribundos, o Santo Sacrifício da Missa, com a presença real de Deus em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, é recusado aos fiéis, que parecem ter voltado aos tempos das catacumbas[17].
A peste, que talvez produza a fome e quiçá a guerra, sempre foi, repito, considerada pela doutrina tradicional da Igreja como castigo merecido pelos pecados dos homens. «Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!» Esta foi a grande promessa de Nossa Senhora em Fátima. Porém, tal não significa que antes de isso acontecer a Humanidade não tenha de ser purificada através de tremendas provações. Castigo que se tornou merecido pela apostasia generalizada, tanto dos governantes, temporais e espirituais, como dos povos que aceitaram sem indignação, viver num mundo em que a Lei de Deus é conculcada por uma legislação que permite a eliminação diária de incontáveis criaturas inocentes através do crime do aborto – mais do que as vítimas do coronavírus! (Por ano, realizam-se em Portugal cerca de 15.000 abortos!!!); legislação que também escancarou as portas ao divórcio, à eutanásia, ao chamado casamento homossexual e às piores perversões, desde a pornografia e a profanação da inocência das crianças, até às práticas mais contrárias aos direitos de Deus e aos princípios da Civilização Cristã.
Seja como for, a vitória sobre os erros que a Rússia espalhou pelo mundo – hoje propagados em grande medida pela China – essa vitória anunciada em Fátima pela Mãe de Deus, virá. O triunfo do Imaculado Coração de Maria é certíssimo!
Num lugar perdido da Serra d’Aire, um acontecimento histórico acabara de colocar Portugal novamente no centro da História, no ano de 1917. Foram as aparições de Nossa Senhora em Fátima, exactamente quando rebentava na Rússia a revolução bolchevique. O milagre do Sol, as previsões sobre as guerras mundiais, sobre a expansão dos erros do comunismo e futura conversão da Rússia marcaram uma impressionante manifestação da misericórdia divina. A Mãe de Deus viera pedir uma verdadeira conversão dos povos, num grande movimento de oração e penitência, que afastasse para longe as calamidades da guerra, das revoluções e da fome, – embora se dirigisse a três crianças de um lugarejo perdido, que nem sequer sabiam o que a palavra Rússia significava.
Sempre foi doutrina da Igreja que a peste, a fome e a guerra[16] (Jer 29, 17) são castigos de Deus, provocados pela infidelidade dos homens ao seu Criador. «As guerras não são senão castigos pelos pecados dos homens» dizia a pequena Jacinta, hoje elevada às honras dos altares.
Esta é outra chave para analisar os acontecimentos dos nossos dias: a chave sobrenatural. O grande ausente das tubas dos media, das considerações da maioria dos governantes, e até, infelizmente, dos próprios homens da Igreja, é Deus nosso Senhor. O homem moderno, cada vez mais descrente, despreza qualquer consideração que ultrapasse a linha do puramente horizontal, natural, prosaico e terreno. As análises dos números, referentes à saúde pública, à economia, à geopolítica, à educação, etc., omitem como despiciendas quaisquer referências ao Criador dos Céus e da Terra.
As Igrejas foram fechadas. Os sacramentos quase completamente negados, até mesmo aos infelizes moribundos, o Santo Sacrifício da Missa, com a presença real de Deus em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, é recusado aos fiéis, que parecem ter voltado aos tempos das catacumbas[17].
A peste, que talvez produza a fome e quiçá a guerra, sempre foi, repito, considerada pela doutrina tradicional da Igreja como castigo merecido pelos pecados dos homens. «Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!» Esta foi a grande promessa de Nossa Senhora em Fátima. Porém, tal não significa que antes de isso acontecer a Humanidade não tenha de ser purificada através de tremendas provações. Castigo que se tornou merecido pela apostasia generalizada, tanto dos governantes, temporais e espirituais, como dos povos que aceitaram sem indignação, viver num mundo em que a Lei de Deus é conculcada por uma legislação que permite a eliminação diária de incontáveis criaturas inocentes através do crime do aborto – mais do que as vítimas do coronavírus! (Por ano, realizam-se em Portugal cerca de 15.000 abortos!!!); legislação que também escancarou as portas ao divórcio, à eutanásia, ao chamado casamento homossexual e às piores perversões, desde a pornografia e a profanação da inocência das crianças, até às práticas mais contrárias aos direitos de Deus e aos princípios da Civilização Cristã.
Seja como for, a vitória sobre os erros que a Rússia espalhou pelo mundo – hoje propagados em grande medida pela China – essa vitória anunciada em Fátima pela Mãe de Deus, virá. O triunfo do Imaculado Coração de Maria é certíssimo!
Lidador
Semana Santa do Ano da Graça de Nosso
Senhor de 2020
_________________________
[1] “Citações e Pensamentos de Padre António Vieira” (2.ª edição), 650 Citações, 170 Textos, 256 Páginas, Casa das Letras, Lisboa 2010.
[1] “Citações e Pensamentos de Padre António Vieira” (2.ª edição), 650 Citações, 170 Textos, 256 Páginas, Casa das Letras, Lisboa 2010.
[2] Entre eles destacaram-se autores
franceses, como Alain Touraine, Pierre Fougueirollas, Pierre Rosanvallon,
Laurent Joffrin, o austríaco-francês André Gorz e o teórico socialista espanhol
Ignacio Sotelo.
[3] Diz, neste sentido, o socialista
francês Pierre Fougueirollas: «Os jovens aspiram a novas relações interpessoais
entre pais e filhos, entre professores e alunos, enfim, entre os próprios
jovens, a partir de uma sexualidade expansiva. A revolução psicosexual que se
gera actualmete na juventude, constitui uma força decisiva para alcançar a
revolução total» (Marx, Freud e a Revolução total, pp. 336-367). Por sua vez,
Marcuse diz: «Podemos falar indiscutivelmente de revolução cultural, posto que
o protesto se dirige contra todo o stablishment
cultural, incluindo a moral da sociedade existente (A sociedade carnívora).
[4] Comentando o “calamitoso” acordo de
Xangai, para promover a “colaboração” em matérias como a ciência, a tecnologia,
a cultura, o desporto e o jornalismo, dizia, em 1972, o Prof. Plinio Corrêa de
Oliveira: «dada a candura liberal dos norte-americanos e a astúcia comunista
dos chineses, tal tratado dará um resultado altamente conveniente para os
comunistas. Estes entrarão em tais relações com o único objectivo de aproveitar
todas as ocasiões para fazer aceitar a sua ideologia pela outra parte (...).
Noutros termos, as relações sino-americanas irão desenvolver-se numa base da
qual os chinos saberão tirar partido, e os americanos não».
E concluía o saudoso pensador
brasileiro: «Yalta foi uma calamidade maior do que Munique. Foi Munique
multiplicada por Munique. A Declaração de Xangai é uma Yalta multiplicada por
Yalta. — Onde nos levará ela?» (Folha de S. Paulo, 12 de Março de 1972).
[5] Na capital amarela, Nixon encontrou
uma camarilha política ambiciosa e decidida a levar a cabo de forma inexorável
a expansão do comunismo, conhecendo todas as fraquezas do parceiro americano e
disposto a explorá-las a fundo, trocando concessões palpáveis por promessas
vagas. Foi muito semelhante o que aconteceu nos acordos de Munique de 1939. A
França e a Inglaterra fizeram ao eixo Roma-Berlim as maiores concessões. Em
troca, pediam a Hitler vagas promessas de paz. Assinado o tratado, Chamberlain
e Daladier receberam, nas respectivas capitais, ovações apoteóticas de
populações que só pensavam em gozar pacatamente a vidinha quotidiana. Churchill
exclamou, então, com perspicácia: «Tínheis a escolher entre a vergonha e a
guerra: preferistes a vergonha e tereis a guerra».
[6] Entretanto, milhões de católicos
chineses, que resistiram heroicamente ao regime comunista, continuam a ser
ferreamente perseguidos. Em 2014, por exemplo, uma campanha contra alegados
edifícios “ilegais” na província de Zhejiang levou à demolição de mais de duas
mil construções cristãs e de 600 cruzes.
[7] «Para vencer, necessitaremos de um
elemento de surpresa. A burguesia deverá ser adormecida. Começaremos por lançar
o mais espectacular movimento de paz que jamais tenha existido. Haverá proposições
electrizantes e concessões extraordinárias. Os países capitalistas, estúpidos e decadentes, cooperarão com
alegria para a sua própria destruição. Precipitar-se-ão sobre a nova
oportunidade de amizade. No mesmo instante em que baixem a sua guarda, esmagá-los-emos
com o nosso punho fechado» (Dimitri Z. Manuilsky, conferência pronunciada, em
1931, na Escola Lenine de Guerra Política, apud
Jean Ousset. “El marxismo leninismo”. Editorial Iction, Buenos
Aires, 2a. ed., 1963 p. 113 – Manuilsky foi eleito presidente do Conselho de
Segurança da ONU em 1949).
[8] Devemos dizer que há, pelo menos, uma
muito honrosa excepção: o episcopado da Polónia decidiu não fechar as igrejas
e, pelo contrário, multiplicar as Missas, a fim de criar espaços entre os fiéis
durante as celebrações. A Sagrada Comunhão continuou a ser dada, como sempre,
de joelhos e na boca. A Polónia é um dos países onde o número de infectados é
mais reduzido...
[9] O The
Daily Telegraph, de 23/03/20, noticia que em Itália se estão a contabilizar
como vítimas do COVID-19 pessoas que morrem por outras causas, e transcreve,
nesse sentido, as declarações de um cientista italiano, o Prof. Walter
Ricciardi, assessor do Ministério da Saúde, nas quais admite que 88% dessas
pessoas já tinham problemas graves que conduziriam à morte.
[10] “Courrier
internacional”, Lisboa, Julho 2019,
n.º 281, «Chegou a hora de entrar em pânico»; «O medo pode ser a nossa
salvação»; «Só o medo pode mudar os hábitos altamente carbonizados do mundo
capitalista».
[11] US National Library of Medicine
(Relatório de Kirsty R. Short, Katherine Kerdsierska, Carolien van de Sandt,
professores de microbiologia e imunologia da Universidade de Melbourne e
Queensland, Austrália, publicado online em 8 de Outubro de 2018).
[12] O vírus “H5N1”, assim como o “H1N1”, o
“H2N2”, o “H3N2”, o “H3N8”, o “H7N2”, o “H9N2” e outras 190 codificações de
variações genéticas do vírus da “Influenza A”, conhecido também como “vírus da
gripe das aves”, ou, simplesmente, “vírus da gripe”, é muito mais letal do que o
coronavírus, matando no mundo cerca de 5.000 pessoas por dia. Para confirmar
estes dados, basta consultar as estatísticas da própria OMS.
[13] Dados oficiais da OMS divulgados a
17/02/2020.
[14] O médico e microbiologista francês Didier Raoult, director do serviço de
infectologia do Hospital de Marselha, tornou-se mundialmente conhecido nos
últimos dias por dar a conhecer o único tratamento que realmente provou ser
eficaz contra o virus chinês causador do COVID-19. O Dr. Raoult estuda há 13 anos
os efeitos da cloroquina (mais precisamente, um dos seus derivados, a
hidroxicloroquina) como antiviral (associado com o único antibiótico que
funciona sobre os vírus, a azitromicina). «São moléculas antigas, sem problemas
de maior de toxicidade, e imediatamente disponíveis», é o que afirma este
conceituado professor da Universidade de Marselha, que é o cientista com mais
estudos e experiências produzidas sobre doenças virais no mundo.
Surpreendentemente – ou não!? – enfrenta uma tentativa de ridicularização e uma
espantosa campanha de silêncio por parte da grande imprensa internacional (Ver:
“Le Parisien”, de 27 de Março de 2020).
[15] Expresso, 19/03/20.
[16] «Eis o que diz o Senhor dos exércitos:
Vou enviar contra eles a espada, a fome e a peste, e tratá-los-ei como figos
deteriorados, tão maus que não se podem mais comer. Irei persegui-los com a
espada, a fome e a peste, e deles farei objecto de horror ante todos os reinos
da terra (...) porque não escutaram as minhas palavras – oráculo do Senhor –
quando, sem cessar, lhes enviava os profetas, meus servos, aos quais também não
ouviram – oráculo do Senhor» (Jer 29, 17-19).
[17] «Ao concentrarem-se exclusivamente em
todas as medidas de protecção higiénica (os bispos que fecharam as suas
igrejas) perderam uma visão sobrenatural e abandonaram a primazia do bem eterno
das almas» afirmou o Bispo D. Athanasius Schneider, em 31 de Março de 2020.
1 Comentários
A gripe, a China, a Revolução Cultural e Fátima
ResponderEliminar«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
Para esclarecimentos e comentários privados, queira escrever-nos para: info@diesirae.pt.