O dia em que o Arcanjo São Miguel apareceu no Monte Gargano



Nos fins do século V, quando na cadeira de São Pedro regia a Igreja o Papa São Gelásio, um pastor, que apascentava uma manada de vacas no alto do Monte Gargano (também conhecido como Monte Sant’Angelo), na Itália, província da Apúlia, querendo obrigar um novilho a sair de uma caverna onde se refugiara, desferiu lá dentro uma flecha, a qual retrocedeu com a mesma velocidade, vindo ferir quem a lançara.        

Este facto causou admiração nos que presenciaram este acontecimento e a notícia foi longe e chegou também aos ouvidos do Bispo de Siponto, cidade que ficava no sopé da montanha.      

Julgou ele tratar-se de algum misterioso sinal da parte de Deus e ordenou um jejum de três dias em toda a diocese, pedindo ao Senhor que se dignasse revelar-lhe do que se tratava. Deus escutou as orações do Prelado e, passados três dias, apareceu- lhe o Arcanjo São Miguel declarando-lhe que o Senhor queria que a ele, Anjo tutelar da Igreja, e aos outros Anjos, se edificasse, naquela caverna onde se manifestou o prodígio, uma igreja em sua honra, para reavivar a fé e a devoção dos fiéis no seu amor e protecção, como Anjo Custódio da Igreja Católica.             

Tendo o Bispo comunicado ao povo a visão que tivera e o que lhe fora pedido, foi ele próprio, com muita gente, visitar o local. Encontraram uma caverna espaçosa em forma de templo, cavada na rocha, com uma fenda natural na abóbada, de onde jorrava a luz que a iluminava. Nada mais era preciso que pôr um altar-mor para celebrar os Divinos Mistérios. Levantado o altar, o Bispo consagrou-o. Todos os povos vizinhos acudiram para a cerimónia cheios de alegria e a festa durou vários dias. 

Nunca mais até hoje se deixou de celebrar ali a Santa Missa, como também os outros ofícios litúrgicos, e Deus consagra este lugar através dos séculos, com graças e milagres de toda a espécie, em favor dos que lá acorrem, doentes do corpo e da alma, mostrando quanto Lhe é grata a devoção em honra do glorioso arcanjo São Miguel que defendeu, aquando da revolta de lúcifer, a fidelidade ao Deus Uno e Trino, soltando este grito: Quem como Deus? (Quis ut Deus?).                    

O Santuário do glorioso Arcanjo, na gruta do Monte Gargano, é considerado um dos mais célebres e devotos de todo o Mundo. A Igreja, para atestar este facto histórico, marcou no Calendário Litúrgico Universal a Festa Comemorativa desta aparição no dia 8 de Maio. Esta festa foi obrigatória para toda a Igreja até à nova reforma litúrgica após o Concílio Vaticano II.

Actualmente, só é obrigatória na diocese de origem e em alguns calendários particulares. O Monte Gargano, onde está localizado o Santuário, fica perto do Convento de Santa Maria das Graças, em San Giovanni Rotondo, onde viveu e morreu o célebre estigmatizado Padre Pio de Pietrelcina, falecido há pouco, em odor de santidade.                

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