No reinado de César Augusto, quando o silencioso
repouso de uma paz universal serenava tempos até então perturbados, permitindo
a este príncipe ordenar o recenseamento de todo universo, aconteceu, pelos
cuidados da Divina Providência, que José, esposo da Virgem, conduziu a sua
jovem esposa de cepa real, que estava prestes a ser mãe, à cidade de Belém. E
eis que, nove meses após a sua concepção, o rei pacífico, trazido à luz sem
qualquer alteração da sua mãe, tal como tinha sido concebido sem que nenhuma
parte fosse entregue à volúpia, saiu do seio virginal «como um esposo do seu
leito» (Sl 19, 6). Embora fosse poderoso e rico, escolheu, por amor a nós,
tornar-se pequeno e pobre (cf Cor 8, 9), nascer fora de sua casa, num estábulo,
ser envolto em pobres paninhos, alimentado do leite virginal e deitado num
presépio, entre um boi e um burro. Foi então que nasceu para nós o dia da nova
redenção, da reparação dos dias antigos e da felicidade eterna; foi então que
em todo o mundo os Céus se tornaram doces como o mel.
Abraça agora, ó minha alma, este presépio divino, aplicando os teus lábios aos pés do Menino e redobrando os teus beijos. Depois, revê no teu espírito a vela dos pastores, admira o exército dos anjos que acorre, participa nas melodias celestes e canta com a boca e o coração: «Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na Terra aos homens de boa vontade».
S. Boaventura, in A Árvore da Vida, cap. I § 4
Abraça agora, ó minha alma, este presépio divino, aplicando os teus lábios aos pés do Menino e redobrando os teus beijos. Depois, revê no teu espírito a vela dos pastores, admira o exército dos anjos que acorre, participa nas melodias celestes e canta com a boca e o coração: «Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na Terra aos homens de boa vontade».
S. Boaventura, in A Árvore da Vida, cap. I § 4
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«Tudo me é permitido, mas nem tudo é conveniente» (cf. 1Cor 6, 12).
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